Título: Ministro quer mais países nas conversas
Autor: Moreira, Assis
Fonte: Valor Econômico, 31/01/2007, Brasil, p. A4

O ministro Celso Amorim defende a inclusão gradual da Argentina, China e outros seis países importantes nas "conversações" atualmente limitadas ao G-4 - Brasil, EUA, UE e Índia -, para que haja clareza na posição de todos na elaboração de um esboço de acordo.

A expectativa entre negociadores é que esse esboço, indicando o tamanho de cortes de tarifas e subsídios, agrícolas e industriais, seja usado pela Casa Branca para obter a prorrogação do TPA. E ninguém quer que depois alguns países digam que não sabiam de nada, reabram e desmanchem o acordo.

Na Organização Mundial de Comércio (OMC), alguns negociadores temem que a Argentina seja um dos países a resistir mais ao corte de tarifas industriais, ao mesmo tempo em que rejeita um acordo modesto na área agrícola.

Amorim disse que "consolidou" seu otimismo sobre progresso "rápido" no máximo na rodada. Acha que os EUA aceitarão corte maior nos subsídios agrícolas domésticos e a UE corte maior nas tarifas agrícolas. "O conceito geral é claro para convergência e não sinto resistência de nenhum dos principais atores", afirmou.

Amorim confia que o futuro acordo agrícola limitará subsídios por commodities, fechando a porta para os EUA injetarem o que quiserem em soja e outros concorrentes do Brasil. Para ele, o impacto de disciplina no futuro acordo agrícola sobre esse teto por produto é ainda mais importante para o Brasil do que o limite do montante global dos subsídios que os americanos poderão conceder. "Eu tenho segurança de que os EUA entendem que o teto por produto é necessário e sabem que para o Brasil é essencial para que haja um acordo, como é também para o G-20", afirmou. "Esperamos teto por produto infinitamente mais baixo do que (os EUA) hoje, a tal ponto altos que eles nem usaram tudo."