Título: Bovespa registra melhor pregão do ano
Autor: Takar, Téo
Fonte: Valor Econômico, 22/05/2012, Financas, p. C2

Depois do tombo de mais de 8% na semana passada, a Bovespa iniciou a semana em forte alta e registrou o melhor pregão do ano, com avanço de quase 4%. Petrobras, siderúrgicas e bancos lideraram os ganhos e ajudaram a bolsa a praticamente zerar as perdas acumuladas em 2012. Em maio, porém, ainda recua 8,5%.

Os ganhos foram impulsionados por rumores de que o governo anunciaria novas medidas de estímulo ao setor automotivo e redução no compulsório bancário, o que foi confirmado no fim do dia, quando a bolsa já havia encerrado o pregão. O ministro Guido Mantega anunciou cortes no IPI para automóveis e também do compulsório para estimular o crédito para o segmento. A recuperação da bolsa brasileira foi favorecida pelo vencimento de opções sobre ações e pelo clima positivo no exterior - a crise europeia deu uma trégua e a China informou que vai se concentrar no crescimento do país.

O Ibovespa fechou em alta de 3,81%, aos 56.590 pontos, com volume de R$ 10,546 bilhões, incluído o vencimento de opções, que respondeu por R$ 2,995 bilhões, a maior parte (R$ 1,986 bilhão) em opções de venda. Foi a maior alta da bolsa desde 10 de outubro do ano passado, quando o Ibovespa subiu 3,96%.

Entre as ações mais negociadas, Petrobras PN disparou 6,97%, para R$ 20,40. Vale PNA fechou em alta de 3,22%, a R$ 36,85; e OGX ON subiu 7,02%, para R$ 12,34. A lista de maiores altas trouxe Gerdau PN (7,89%, a R$ 16,80), Petrobras ON (7,28%, a R$ 21,22) e Gerdau Metalúrgica PN (7,09%, a R$ 20,83).

"O movimento foi basicamente de caça às pechinchas. A Bovespa está entre as bolsas mais atrasadas neste ano", observa o estrategista da SLW Corretora, Pedro Galdi. "As commodities subiram, o que ajudou Petrobras, Vale e as siderúrgicas. Fora isso, havia expectativa de que o governo anunciasse medidas de estímulo às montadoras e redução de compulsório dos bancos."

Entre os bancos, Bradesco PN subiu 7,06%, para R$ 28,96; Banco do Brasil ON ganhou 6,05%, para R$ 21,37; e Itaú Unibanco PN teve alta de 5,47%, a R$ 28,68. Na siderurgia, CSN ON avançou 5,94%, para R$ 13,91; e Usiminas PNA ganhou 3,72%, para R$ 9,74.

As construtoras também passaram por recuperação expressiva: PDG Realty ON ganhou 5,67%, para R$ 3,35%; Rossi ON subiu 5,56%, para R$ 5,69; e Brookfield ON fechou em alta de 4,38%, a R$ 3,81. Na contramão do setor, Gafisa ON perdeu 2,65%, e encerrou valendo R$ 2,93.

Em dia de mercado em alta, o setor elétrico, que é considerado defensivo, concentrou as vendas: Eletrobras PNB (-3,40%, a R$ 18,45), CPFL ON (-3,39%, a R$ 24,50); Eletrobras ON (-3,00%, a R$ 13,90) e Copel PNB (-1,41%, a R$ 43,34). Mas a realização das elétricas teve um componente extra: o presidente da CPFL, Wilson Ferreira Junior, afirmou que o terceiro ciclo de revisão tarifária representa um desafio para o setor. Ele acredita que uma consolidação será importante para que as empresas fiquem mais competitivas no novo cenário, com taxas menores de retorno. "A escala será determinante a partir de agora", declarou durante painel no Rio Investors Day.

Fora do Ibovespa, o destaque ficou com HRT ON, que despencou 5,2%, para R$ 355,54. A companhia concluiu os testes em um poço na Bacia do Solimões, mas o volume encontrado não é viável comercialmente. A empresa disse que fará outras perfurações na mesma região.