Título: Companhia investe alto em extração na África
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Fonte: Valor Econômico, 11/09/2006, Empresas, p. B1

A Petrobras também aposta no continente africano para elevar sua produção de petróleo. Na Nigéria, vai começar a produzir 70 mil barris/dia de óleo ultra leve em 2008, nos campos de Akpo e Agbami. Em 2005, adquiriu mais dois blocos no país, pagando bônus de US$ 180 milhões para um deles, em parceria com Ask Petroleum.

Contudo, é em Angola, onde já produz 8,3 mil barris/dia, que os preços pagos em recente licitação alcançaram valores estratosféricos, com forte apetite das petroleiras. A estatal comprou 30% de uma licitação no bloco 18 junto com a Sonangol (20%), Sinopec (40%), Sonangol Falcon Oil (5%) e Grupo Gema (5%). Foi pago US$ 1,1 bilhão pelo direito. Pelo bloco 15, com 5% de participação da Petrobras, foram pagos US$ 900 milhões. Ao todo, seu portfólio soma seis blocos - em três deles é operadora. Isso, diz João Figueira, exigiu "redimensionamento" da equipe naquele país. A companhia tem presença ainda na Tanzânia, Guiné Equatorial, Moçambique, Líbia e Irã.

Figueira destaca que os desafios da Petrobras para concretizar os planos no exterior passam por recursos humanos especializados e equipamentos de perfuração para águas profundas. "Capacitação e equipamentos de perfuração são hoje recursos críticos para a materializar a produção da nossa carteira de ativos de exploração e produção no exterior", explica.

Para isso, a Petrobras assinou contrato de US$ 700 milhões no aluguel da plataforma Petro Rig I, por cinco anos, com a norueguesa Larsen Oil and Gas. Trata-se de uma sonda apta a perfurar em até 3.050 metros de profundidade, que será entregue no segundo trimestre de 2009. Segundo Figueira, a unidade vai operar no Golfo do México ou no Brasil. Ele informou ainda que a estatal está negociando o aluguel de pelo menos mais uma sonda de perfuração para o Golfo do México e outras áreas internacionais, por meio de contratos de cinco a seis anos, a partir de 2008 ou 2009. Em julho, a companhia firmou memorando de entendimento com a coreana Samsung envolvendo uma sonda "para futuras necessidades de operações internacionais". (CS)