Título: Ativo é herança de endividamento do grupo João Santos
Autor: Ribeiro, Ivo e Adachi, Vanessa
Fonte: Valor Econômico, 11/09/2006, Empresas, p. B8

A história da Cia. de Cimento Ribeirão Grande, localizada no município paulista do mesmo nome, é recheada de idas e vindas. Construída em meados dos anos 70, quando o Brasil vivia o boom de grandes obras de infra-estrutura, a fábrica nasceu de uma iniciativa de investimento do grupo pernambucano João Santos no mercado de São Paulo. Segundo maior fabricante de cimento do país, com a marca Nassau, o João Santos viu esse ativo sucumbir numa pesada dívida financeira no começo dos anos 90.

Em 1996, Ribeirão Grande foi tomada por um grupo de bancos credores, entre os quais o Bradesco, para estancar seu passivo que batia em R$ 430 milhões (na época, valor correspondente dólar).

Nesse mesmo ano, o grupo Votorantim entrou no negócio com a aquisição de 8% das ações. Outro investidor convidado para o negócio foi a Cia. Siderúrgica Nacional (CSN), que ficou com uma participação bem mais expressiva.

Em maio de 1999, com a aquisição da parte da CSN, por R$ 66 milhões, a Votorantim somou 50% do capital votante e 18,86% do total, segundo informações da época.

Menos de um ano depois, em janeiro de 2000, a Votorantim transferiu suas ações à Santo Estevão, que integralizou sua participação na holding C P Cimento e Participações, que acabara de ser criada em dezembro de 1999. O Cade aprovou a operação em janeiro de 2001, que incluía ações de uma empresa do Bradesco.

Situada a 230 km de São Paulo, no sudoeste do estado, Ribeirão Grande opera com uma das maiores jazidas de calcário do país e está apta a produzir 1,5 milhão de toneladas de cimento por ano. (IR)