Título: Estatal nega vazamento de óleo no litoral do Espírito Santo
Autor: Schüffner, Cláudia
Fonte: Valor Econômico, 18/05/2012, Empresas, p. B8

A Petrobras negou ontem a ocorrência de um vazamento de óleo na parte capixaba da bacia de Campos, próxima à plataforma P-57. Relatos sobre uma grande mancha próxima dessa plataforma, instalada no campo de Jubarte, começaram no final da tarde de quarta-feira.

Um técnico que trabalha embarcado em uma plataforma na região disse ao Valor que viu uma "mancha grande" entre as plataformas P-57, P-34 e a FPSO Capixaba (que está no campo de Cachalote), durante um voo de helicóptero da plataforma onde trabalha para Vitória. "Todos vimos. O que primeiro me chamou a atenção foi a cara preocupada do piloto quando olhava para baixo. Já tinha um navio no meio dela, fazendo a dispersão", informou o técnico, que é de outro Estado.

Segundo a testemunha, não era possível identificar a origem do óleo. "Não dava para saber se era do fundo do mar ou de algum navio carregado de petróleo que vazou", explicou.

A Petrobras negou o incidente informando que todas as unidades marítimas de produção e de perfuração, próprias ou contratadas, no litoral do Espírito Santo operavam ontem "dentro da normalidade". A estatal informou que "a partir de notícia de suposta mancha de óleo" perto da P-57 fez uma verificação "in loco".

Ontem à noite a Agência Nacional do Petróleo (ANP) divulgou uma nota conjunta com a Marinha informando que "até o momento" os inspetores navais da Capitania dos Portos do Espírito Santo não tinham avistado nenhuma mancha. A ANP e a Marinha vão continuar acompanhando a situação. Pela legislação, qualquer vazamento, por menor que seja, deve ser comunicado em no máximo 24 horas.

O campo de Jubarte, onde estão instaladas a P-57 e a P-34, faz parte da área apelidada de "Parque das Baleias". Ele produz petróleo tanto no pós como no pré-sal. O campo é operado pela Petrobras, que não tem parceiros no projeto. A P-57 é uma das maiores plataformas de produção e armazenamento em atividade atualmente no Brasil.

Ela terá capacidade de processar 180 mil barris de petróleo por dia quando todos os poços de Jubarte estiverem conectados a ela. No primeiro trimestre a P-57 contribuiu com 86 mil barris por dia para a produção de petróleo da Petrobras, o que significa que será uma grande perda para a estatal se for confirmado algum problema que exija paralisação.