Título: Mercado pior não reduz ritmo de captações externas
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Fonte: Valor Econômico, 12/09/2006, Finanças, p. C1

Os títulos da dívida externa brasileira foram pouco afetados pela queda no preço dos commodities, ontem, e as empresas e bancos do país mantiveram seus planos de captação externa, agora que as férias de verão no Hemisfério Norte acabaram.

A Bolsa de Valores de São Paulo caiu 2,15%, mas o risco-Brasil subiu apenas 0,45%, para 224 pontos básicos. "O mercado ontem teve a liquidez apertada, mas eu mantenho o otimismo para este mês", diz Carlos Gribel, sócio-diretor da Queluz Securities, que está com três operações de lançamento de eurobônus para clientes no forno. "Nossos planos não mudam em nada", diz.

Com operações já no mercado, o Banco Votorantim sinalizou aos investidores que pretende oferecer rendimento de 6,75% ao ano pelos seus papéis, de valor entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões, pelo prazo de vencimento em dez anos, mas com opção de resgate antecipado pelo banco (call) em cinco anos, segundo o "IFR Markets". Os líderes são o BNP Paribas e o Citigroup. O Banco Mercantil do Brasil está oferecendo juros de 10,75% por títulos de vencimento em dez anos, mas call em cinco, em operação coordenada pelo Banco ING e Banco Finantia, também segundo o "IFR Markets".

O Banco Cruzeiro do Sul está com bônus de US$ 50 milhões, pelo prazo de cinco anos, no mercado, sob a liderança do Dresdner, enquanto o BicBanco deve oferecer em torno de 8,50% aos investidores por um papel de vencimento em três anos.

A CSN não confirmou, mas, segundo o "IFR Markets", teria contratado o Santander e o Credit Suisse para captação de prazo de vencimento em 30 anos. Já a Braskem pode emitir até US$ 275 milhões ainda nesta semana. Os títulos da Unidas (SAG do Brasil), sob a liderança do Banco Espírito Santo, também podem ser emitidos nesta semana. (CPL)