Título: HSBC espera volatilidade nos mercados
Autor: Bautzer, Tatiana
Fonte: Valor Econômico, 14/09/2006, Finanças, p. C4

O economista-chefe do HSBC, Stephen King, alerta para maior volatilidade de ativos de mercados emergentes no ano que vem, como consequência de uma desaceleração econômica mundial maior que a esperada.

King acha que o preço de commodities importantes para a balança comercial de mercados emergentes pode cair, mas não haverá uma redução brusca na demanda.

"Haverá uma desaceleração da economia chinesa, que passará de um crescimento de 10% este ano para 8,5% no ano que vem, o que alivia um pouco o impacto da queda de preços", disse o economista, baseado em Londres, que visita o Brasil esta semana pela primeira vez.

O economista também não acredita que o esvaziamento da bolha imobiliária nos Estados Unidos não provocará grandes problemas de crédito nos mercados ou problemas sistêmicos.

King prevê para este ano um crescimento nos Estados Unidos de 3,7% e uma desaceleração para 2,6% no ano que vem. O economista do HSBC acha que os bancos centrais, especialmente o americano Fed, foram excessivamente frouxos na política monetária no início da década e agora estão assustados com as pressões inflacionárias.

"O Fed demorou a reagir e agora poderá exagerar na dose", acredita o economista. A discrepância entre os índices "cheios" de inflação e o índice "núcleo", que é usado pelo Fed para definir as taxas de juros, aumentou muito nos últimos anos pela alta do petróleo. Ao contrário dos Estados Unidos, o banco central da zona euro utiliza os índices cheios para determinar a política monetária.

As previsões de King para o Brasil são de um crescimento do PIB de apenas 3%, subindo para 3,2% no ano que vem. "As exportações líquidas estão começando a cair", afirma o economista em seu relatório, esperando uma redução à metade do superávit de conta corrente deste ano. O superávit cairia de US$ 14,3 bilhões no ano passado para apenas US$ 6 bilhões em 2006. O ano que vem marcará, para King, a volta à época de déficit em conta corrente, de US$ 3 bilhões.