Título: Nokia vai reformular presença na AL
Autor: Fuoco, Taís
Fonte: Valor Econômico, 14/09/2006, Empresas, p. B2

A finlandesa Nokia, maior fabricante de celulares do mundo, decidiu reformular sua presença na América Latina e dar mais foco a uma das regiões em que a demanda por aparelhos celulares mais cresce no mundo. A companhia também quer evitar perdas momentâneas da liderança na região, como a que viveu durante meses no Brasil e México, onde chegou a perder o primeiro posto para a Motorola, mas informou ter recuperado desde junho deste ano, segundo pesquisa da AC Nielsen.

Até então, apesar da Nokia ter presença local em dez países da América Latina e a região representar 8% de suas vendas mundiais - 2,8 bilhões de euros dos 34,1 bilhões de euros faturados em 2005 -, ela não tinha uma divisão dedicada ao continente. Os cerca de 50 executivos que respondiam pela América Latina faziam parte da divisão Americas, com sede no Texas.

A partir de outubro, entretanto, a fabricante decidiu deslocar a divisão América Latina das Americas e concentrar a equipe em Miami, geograficamente mais próxima dos países do continente. A equipe deve dobrar para mais de cem pessoas até o fim deste ano. "Este é só o primeiro passo de uma estratégia para estender a liderança da Nokia na América Latina" , afirmou ontem Maurizio Angelone, vice-presidente sênior destacado para comandar a operação na região.

Segundo ele, enquanto no mundo a taxa de penetração de celular a cada 100 habitantes é hoje de 37, na América Latina já passou de 50 em cada 100 e continua a crescer.

Além disso, a penetração de 50 celulares em cada 100 habitantes também já da mostras de estar próxima da saturação. Por outro lado, aponta Angelone, aumenta a velocidade com que a população da América Latina troca de aparelho, e sempre que isso acontece o consumidor prefere um modelo com mais recursos.

A Nokia pretende ampliar a produção dos celulares no padrão GSM na medida em que caia a demanda pelos feitos na tecnologia CDMA, de forma que a fábrica brasileira, em Manaus (AM), não tenha descontinuidade de linhas de produção nem precise reduzir empregados quando a companhia deixar de fabricar os modelos em CDMA. A fabricante anunciou em junho deste ano a decisão de reduzir sua presença nessa tecnologia, que no Brasil só é usada pela Vivo.

A repórter viajou a convite da Nokia