Título: A era dos smart cards
Autor: Jeronimo, Josie
Fonte: Correio Braziliense, 22/10/2010, Política, p. 9

De acordo com ato do primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), a partir de 1º de dezembro, todos os servidores efetivos e comissionados da Casa devem utilizar o ¿smart card¿ para bater ponto. Os funcionários terceirizados não terão que aderir ao sistema. De acordo com a Secretaria de Comunicação do Senado, 82 leitores biométricos serão instalados nas dependências da Casa para uso dos servidores. Com esse tipo de identificação, os funcionários não poderão mais utilizar o sistema de ponto por senha, atualmente em funcionamento.

De acordo com o edital de licitação feito pela Câmara ¿ especificações que o Senado aceitou por meio do termo de adesão quando decidiu não licitar o sistema para acelerar o processo de implantação da identificação biométrica ¿, o custo unitário de cada crachá é de R$ 31,75 pela base do smart card acionado por aproximação, acrescido de outros R$ 6 para uma espécie de chip usado para a gravação e a modificação de dados. O detalhamento do custo também lista R$ 7,96 de gasto unitário para o sistema de coleta de impressão digital requisitado para a elaboração dos crachás. Com isso, o custo médio das identificações é de R$ 45, sem contar a impressão dos smart cards, a R$ 8,80 a unidade.

A assessoria do Senado informou que um levantamento interno realizado pela instituição mostra que apenas 500 servidores recadastrados agora devem deixar a Casa ou mudar de posto no próximo ano. O Senado também terá que mobilizar servidores para coletar as digitais de mais de 6 mil funcionários e formular banco de dados para gerir as informações no Departamento de Recursos Humanos. O trabalho deve ser realizado pela Polícia Legislativa do Senado.

A assessoria do senador Heráclito Fortes afirma que o parlamentar aguarda reunião com o presidente da Casa, o senador José Sarney (PMDB-AP), para discutir mudanças no ato de convocação dos servidores. Funcionários de parlamentares que não foram eleitos podem sair da lista dos chamados para participar do processo de cadastramento no sistema.

A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), integrante da Mesa Diretora, que assumiu a Presidência do Senado durante a licença-médica de Sarney, afirma que não concorda com a confecção dos novos crachás para funcionários que podem ser alterados na próxima legislatura. ¿Sou muito favorável ao ponto biométrico para se ter controle. E isso é uma decisão da Mesa. Porém, sou contra fazer os crachás dos funcionários que possivelmente vão sair do Senado.¿ (JJ)

Controle

O primeiro-secretário do Senado tenta desengavetar o projeto de controle de frequência de servidores a menos de três meses do fim da legislatura, quando cerca de 3 mil funcionários devem deixar os gabinetes dos parlamentares não eleitos. Confira alguns números do sistema de ponto.

Valor total do sistema de ponto eletrônico - R$ 1,2 milhão

Despesa prevista com material e reimpressão dos novos crachás - R$ 200 mil

Custo unitário dos crachás - R$ 45

Funcionários envolvidos no recadastramento - 6.300

Funcionários que devem ser remanejados na próxima legislatura - 2.800