Título: País precisa de energias alternativas, aponta MME
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 14/09/2006, Brasil, p. A3

O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, defendeu ontem que o Brasil terá de buscar fontes alternativas de energia para atender ao crescimento da demanda. Ele disse, no entanto, que a energia obtida por meio das hidrelétricas "continuará sendo o carro-chefe".

Zimmermann advertiu que é necessário enfrentar o "desafio de incorporar novas usinas e abrir espaços para o carvão, o gás, a biomassa e outras alternativas", diante das projeções de um crescimento anual da economia em torno de 5%.

As declarações foram feitas antes de sua apresentação no seminário sobre matriz energética, realizado pelo Instituto de Engenharia de São Paulo. O secretário informou que daqui a três anos o Brasil ainda estará utilizando apenas 30% do seu potencial hidrelétrico, atualmente em 260 mil MW. "O Brasil tem uma vantagem competitiva e um potencial a ser explorado bastante positivo", apontou, citando que na Alemanha essa exploração já chegou aos 100%; na França, também já se atingiu o limite dos 100% e nos Estados Unidos ele está em 70%.

Conforme projeções de oferta e demanda até 2015 - feitas em 2003 -, haverá necessidade de um aumento da oferta interna em cerca de 29 mil MW, prevendo um consumo nacional em torno de 76 mil MW. Zimmermann prevê que "o grande desafio no futuro é o de manter as características de energia proveniente de fontes renováveis".

Ele observou que a participação de fontes renováveis na matriz energética brasileira é de 45%, enquanto a média mundial é de 13,14% e nas nações que integram a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômicos (OCDE) é de apenas 6%. Com base na auto-suficiência em petróleo alcançada pelo Brasil, ele disse que o país caminha para exportar energia.

De acordo com o secretário, a política estratégica a ser seguida para garantir o fornecimento de energia no longo prazo está em fase final de elaboração. Das nove audiências públicas para o Plano Nacional de Energia 2030 (PNE), restam duas a serem realizadas.