Título: Indústria de SP demite 5 mil em agosto
Autor: Izaguirre, Mônica
Fonte: Valor Econômico, 13/09/2006, Brasil, p. A5

Diante da primeira queda no ano no nível de emprego da indústria paulista, registrado em agosto, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) revisou para baixo sua projeção para o crescimento do emprego industrial em 2006. Agora, a entidade espera uma elevação de apenas 1% em relação a 2005, o que representa a criação de aproximadamente 20 mil postos de trabalho. A estimativa anterior dava conta de um crescimento de 2%.

Após ter apresentado altas consecutivas até julho, o nível de emprego na indústria paulista caiu 0,26% em agosto - 5 mil postos a menos do que no mês anterior. No acumulado do ano, no entanto, a indústria paulista apresenta resultado positivo de 72 mil empregos criados, o que corresponde a um aumento de 3,46% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Em agosto, de acordo com o levantamento da Fiesp, os setores industriais que mais cortaram pessoal, proporcionalmente, foram fabricação de móveis e industriais diversos (queda de 2,07%). Em seguida, aparece fabricação de material eletrônico e de aparelhos e equipamentos de comunicações (menos 1,62%).

Em contrapartida, os ramos que mais ampliaram postos de trabalho, na proporção com o tamanho do setor, foram fabricação de máquinas para escritório e equipamentos de informática (5,48%) e fabricação de produtos minerais não-metálicos (1,56%).

Apesar do aumento acumulado até agosto, os últimos meses do ano costumam ser negativos para o emprego industrial, o que deve levar o índice para o patamar de 1% projetado pela Fiesp. Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos da entidade, afirmou que a queda observada em agosto ocorre normalmente no mês de outubro. " Esse resultado (queda) reflete uma sensação de alerta que vem desde maio " , explicou o diretor.

Segundo ele, o crescimento das importações vem deslocando o nível da produção doméstica em um processo que chamou de " frouxidão " da atividade industrial. Aliada às dificuldades causadas pelo câmbio para o setor exportador, as importações são apontadas por Francini como o grande fator que está levando as indústrias a pisarem no freio das contratações nesta época do ano.