Título: Arrecadação eleitoral aumenta quatro vezes de julho a agosto
Autor: Basile, Juliano
Fonte: Valor Econômico, 13/09/2006, Política, p. A10

Os candidatos às eleições de outubro arrecadaram mais de R$ 851 milhões nos dois primeiros meses de campanha. Em contrapartida, gastaram R$ 503 milhões no período. Ou seja, estão com um saldo positivo de R$ 348 milhões. A expectativa é que gastem boa parte desse dinheiro nas semanas finais de campanha.

De acordo com levantamento estatístico do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a receita e a despesa dos candidatos aumentaram brutalmente entre o primeiro e o segundo mês de campanha. Em julho, os candidatos arrecadaram R$ 152,727 milhões. Em agosto, a arrecadação está em R$ 698,386 milhões.

As informações do TSE são provisórias, pois o tribunal ainda está contabilizando as informações sobre receita e despesa dos candidatos que recebe dos Tribunais Regionais Eleitorais dos Estados. Até ontem, quando foi divulgada a última parcial do TSE, foram contabilizados 70% das informações sobre a movimentação financeira dos candidatos e dos comitês partidários. De qualquer forma, os dados, ainda que parciais, mostram que, até aqui, já houve um crescimento de pelo menos 357% na arrecadação total dos candidatos entre julho e agosto.

As despesas aumentaram ainda mais. Em julho, os gastos dos candidatos atingiram R$ 76,501 milhões. Em agosto, chegaram a R$ 426,540 milhões. Logo, as despesas aumentaram 457,5% entre o primeiro e o segundo mês de campanha.

A campanha para as Assembléias Legislativas é a que mais movimenta dinheiro. Os deputados estaduais são líderes de receita e despesa. Eles receberam R$ 228,7 milhões e gastaram R$ 138 milhões. A campanha para a Assembléia Legislativa de São Paulo (R$ 41,8 milhões) quase se iguala ao total arrecadado para o Senado (R$ 44 milhões). Os deputados federais vêm em segundo lugar na lista dos que mais arrecadaram, com R$ 210 milhões. Eles gastaram R$ 136,9 milhões.

Já os candidatos aos governos dos Estados arrecadaram R$ 164,9 milhões e gastaram R$ 100 milhões. Os candidatos ao Senado registraram receita parcial de R$ 44 milhões e despesas de R$ 25 milhões.

O candidato que gastar mais do que sua arrecadação poderá pagar multa no valor de cinco a dez vezes a quantia excedente ou responder a processo por abuso de poder econômico na Justiça Eleitoral.