Título: PSB fecha aliança com Haddad e sugere Erundina para vice
Autor: Lima , Vandson
Fonte: Valor Econômico, 14/06/2012, Política, p. A10

PT e PSB chegaram a um acordo e devem confirmar na sexta-feira a deputada federal Luiza Erundina como candidata a vice-prefeita na chapa encabeçada por Fernando Haddad (PT).

"É um apoio sem condições, sem toma lá dá cá", disse o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral. Segundo uma liderança do PSB em São Paulo, Erundina está "praticamente confirmada" no posto, mas não houve acerto ainda sobre a extensão da aliança entre as siglas na chapa proporcional. O PSB, atualmente com três vereadores na capital paulista, teme que seus candidatos percam visibilidade em uma coligação com os petistas. Dez dos onze vereadores do PT concorrerão à reeleição.

Eleita prefeita da capital paulista em 1988, Erundina fez uma gestão elogiada em especial por suas ações nas áreas de habitação e educação. Deixou o PT em 1998 e em 2000 foi candidata à Prefeitura pelo PSB. Marta Suplicy (PT) foi eleita.

Se a união do PT com o PSB em São Paulo finalmente parece selada, no Recife, o governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) ensaia o rompimento com a sigla, depois do imbróglio em torno da escolha do candidato do PT. O partido negou ao prefeito João da Costa a possibilidade de concorrer à reeleição e decidiu lançar o senador Humberto Costa. Como o processo ocorreu de modo traumático e o prefeito ainda recorre da decisão, Campos argumenta que somente um novo nome e de seu partido, o PSB, teria chance de unir a chamada Frente Popular.

Com PT e PSB lançando candidaturas à sucessão em separado, a tendência é que o nome do PSB fique com a maior parte dos apoios das legendas que compõem a frente. PCdoB, PV, PTB, PP e PR comandam secretarias de Estado no governo de Eduardo Campos. O vice-governador, João Lyra Neto, é filiado ao PDT.

Em entrevista à rádio "Folha FM" ontem, o presidente estadual do PSD, André de Paula, avaliou que a pré-candidatura do senador Humberto Costa não produziu a esperada união nem dentro do PT. Não teria, portanto, condições de unir a Frente Popular: "Se o governador entender que o caminho é uma candidatura do PSB, vai receber o nosso apoio incondicional, porque ele estará prestando um serviço à Frente."

Diante da cisão, o PT corre o risco de entrar na disputa com o pior dos cenários: isolado em relação aos atuais aliados e dividido internamente, já que o grupo do prefeito tende a boicotar a candidatura de Humberto Costa. Para evitar o rompimento, petistas agora se apressam em convencer Campos de que tudo já está resolvido.

O presidente do PT em Pernambuco e deputado federal Pedro Eugênio diz que a aliança ainda não foi quebrada e que não há incerteza quanto à candidatura do senador. "Não temos mais aquela indefinição de antes. O candidato é o Humberto. Está certo que há contestação do prefeito, que fez um recurso ao diretório nacional. Mas a decisão da executiva foi respaldada por resolução aprovada pelo próprio diretório nacional. A incerteza, logo, se reduz a zero", diz.

O dirigente ressalta que a escolha do senador "não é mais uma decisão só da cúpula nacional", já que o diretório municipal de Recife homologou a candidatura por 30 votos a 17.