Título: Moody's traz ao país nova metodologia para rating
Autor: Silva Júnior, Altamiro
Fonte: Valor Econômico, 15/09/2006, Finanças, p. C4

O rating, muito usado por bancos e empresas, é praticamente ignorado pelas seguradoras no Brasil. Para tentar mudar esse quadro, executivos da agência de classificação de risco Moody´s, que acaba de revisar sua metodologia de notas para o setor de seguros, desembarcam no país na segunda-feira. Na pauta, apresentações do relatório para algumas seguradoras e para a Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Pela Moody's, só a Itaú Seguros tem rating. "Talvez as outras companhias não vêem necessidade do rating", disse ao Valor por telefone, de Nova York, Alan Murray, da Moody's. Sobre a reavaliação da metodologia, que engloba as áreas de vida e seguros gerais, o executivo disse que as mudanças dão mais "transparência" e "consistência" às classificações. Segundo ele, agora vai ficar mais fácil ver quais critérios foram utilizados e o peso que eles receberam para chegar a avaliação final. Os ratings já concedidos não serão alterados.

A metodologia da Moody's leva em conta seis fatores para atribuir o rating para um seguradora, seja ela de vida e previdência, seja de seguros gerais: posição no mercado; qualidade dos ativos; diversificação e tipo de produto; adequação de capital (se os riscos aceitos são compatíveis com a estrutura de capital da seguradora); rentabilidade; e flexibilidade financeira.

Além disso, há fatores específicos dependendo se a seguradora atua no ramo vida e previdência ou seguros gerais. Entre eles, a Moody's leva em conta a liquidez, a adequação das reservas e as formas de distribuição dos produtos.

No Brasil, há ainda várias especificidades que precisam ser levadas em conta, avalia Murray. Entre elas, o fato de muitas seguradoras serem ligadas a bancos ou a grandes grupos internacionais. Além disso, os próprios bancos são o principal canal de distribuição do seguro. Outro ponto é que aqui se dá pouco peso a catástrofes. (ASJ)