Título: Empresas de commodities são as mais atrativas no Brasil
Autor: Moreira, Assis
Fonte: Valor Econômico, 18/09/2006, EU & Investimentos, p. D1

O Credit Suisse espera captar algumas centenas de milhões de dólares no novo fundo que lançou orientado para títulos brasileiros, russos, indianos e chineses. O CS Total Return Global Bric-Exposure promete um rendimento positivo que escape de baixas desses mercados.

Michael Kaimakliotis, gestor do fundo, explica que a carteira tem soluções controladas de risco para investidores que acreditam na posição crescente dos BRICs na economia global e nos mercados financeiros. "Focamos tanto no controle como na exposição de risco". Ele diz ainda que os BRICs são mais resistentes a crises do que outros emergentes, mas são também mais voláteis do que o MSCI World, índice global de ações. "Os investidores devem ser cuidadosos quando tomam investimentos puramente diretos, por isso criamos um fundo mais diversificado", diz.

A estratégia de alocação de capital do fundo também é diferenciada. A idéia é identificar as melhores companhias globalmente que possam se beneficiar do desenvolvimento das quatro grandes economias emergentes. "Não me interessa onde está domiciliada a companhia ou onde as ações são cotadas", diz.

Segundo ele, muitas das melhores produtoras de commodities estão no Brasil e na Rússia, por exemplo, mas as melhores companhias de maquinários agrícolas encontram-se nos Estados Unidos e no Japão. China e Índia demandam tanto commodities quanto equipamentos, criando oportunidades para as principais companhias nesses setores. "Como vamos nos concentrar nas melhores, muitas não estão domiciliadas nos BRICs".

No Brasil, ele vê oportunidades de investimentos em companhias de minério de ferro, aço, açúcar e madeira, além das que têm aproveitado a desregulamentação no setor financeiro, "beneficiando-se de um real forte e estável". O gestor vê ainda oportunidades interessantes na reestruturação do setor de energia na Rússia, no setor financeiro da China, em companhias de serviços e de maquinários pesados na Índia.

O fundo aplica em ações, papéis de renda fixa e também derivativos. A carteira tem versões em euro, dólar e franco suíço. O período inicial de subscrição terminou na sexta-feira. A taxa de administração é de 1,5% ao ano. A taxa de performance é de 10% sobre o que exceder o índice de referência. Recentemente, o UBS, outro gigante banco suíço, lançou um fundo em real, também apostando em ganhos importantes no Brasil. (AM)