Título: Brasil retoma campanha por conselho na ONU
Autor: Moreira, Assis
Fonte: Valor Econômico, 18/09/2006, Brasil, p. A2

O Brasil retoma sua campanha por uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Na terça-feira, na sessão de abertura da Assembléia-Geral da ONU, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva insistirá na cobrança de reforma urgente da organização. Reunião ministerial do G-4, do qual o país faz parte com Alemanha, Japão e Índia, decidirá sobre reapresentação de projeto para expandir a 10 membros permanentes (atualmente sao cinco: Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia) e de 10 a 14 ou 15 os não permanentes desse que é uma espécie de diretório do planeta.

O Itamaraty vê o momento favorável para uma negociação efetiva, que julga não ter ocorrido até agora. Diplomatas exemplificam com o "desdobramento interessante" de uma reunião em julho, em Nova York, quando uma grande maioria dos países apoiou a reforma, e vários se disseram favoráveis ao assento permanente para o Brasil. Para passar, uma reforma precisa de aprovação de dois terços da assembléia.

Para Brasília, uma das razões para continuar insistindo em alterar o Conselho de Segurança é a própria escolha do próximo secretário-geral da ONU, marcada para o final do ano. O Brasil não votará porque a escolha é feita apenas pelos países que estão no conselho. O ministro coreano das Relações Exteriores, Ban Ki Moon, surge como favorito, a frente do indiano Shashi Tharoor, atual secretário-geral adjunto. Como não vota, o Brasil tampouco oficializou apoio a um candidato.

A agenda da assembléia será dominada pelo Oriente Médio. Há propostas para a ONU se envolver numa negociação mais efetiva na região, especialmente no Líbano. Outro tema, que o Brasil participa de perto, é a inter-relacao entre desenvolvimento, paz e segurança. O presidente voltará a falar de ação contra a fome e pobreza. Vai também conclamar os países a maiores esforços para a retomada da Rodada Doha de liberalização do comércio global.