Título: Embraer estuda novos modelos de aviões executivos
Autor: Gómez, Natalia
Fonte: Valor Econômico, 19/09/2006, Empresas, p. B9

Antes mesmo de iniciar a produção da sua nova família de jatos executivos - Phenom 100 e Phenom 300-, a Embraer já estuda criar outros modelos para impulsionar sua atuação no segmento de aviação executiva, que corresponde hoje a 7% do seu faturamento e deve atingir 20% em cinco a dez anos. O primeiro lançamento será um modelo para transportar cerca de dez pessoas, uma opção intermediária entre seus aviões Phenom 300 (para nove ocupantes) e Lagacy 600, que comporta até 16 pessoas.

Em um segundo momento, a companhia pretende lançar um modelo que fique entre o Legacy 600 e o Lineage, que comporta 19 ocupantes, de acordo com o vice presidente executivo para o mercado de aviação executiva, Luís Carlos Affonso. O prazo para os novos lançamentos ainda não foram definidos, segundo o executivo. "Estamos investindo pesadamente em novos produtos e no aprimoramento de nossos serviços e assistência técnica", afirma.

Atualmente, o único modelo comercializado pela Embraer para uso executivo é o Legacy, que tem uma participação de 13,5% de mercado no seu segmento. Este ano, o número de entregas deste modelo passará das 20 unidades de 2005 para 25 a 30, segundo Affonso. Em cinco a dez anos, o objetivo é elevar a participação para 15%.

O aumento, somado à expansão das vendas no segmento comercial - que equivale a 70% dos negócios -, levará a empresa a contratar 500 funcionários para a unidade de São José dos Campos (SP) até dezembro, sendo que 200 são engenheiros. Segundo a assessoria de imprensa da companhia, todo ano são contratados 100 engenheiros em média. "As contratações para fabricar a linha Phenom ocorrerão no futuro porque a fabricação terá início apenas em 2008", explica.

A previsão é que em 2009 o ritmo de produção do Phenom 100 (para até seis ocupantes) chegue a 120 unidades ao ano. No ano seguinte, a produção do Phenom 300 ficará entre 40 e 60 unidades, segundo o executivo. Com isso, a expectativa é conquistar uma fatia de 30% de mercado. Até o final do segundo trimestre, a empresa já vendeu 235 unidades da família.

Além da América Latina, que representa 5% do mercado de aviação executiva, a Embraer pretende atuar com mais força neste segmento na China, onde possui uma joint venture em Harbin. "É um mercado que cresce 9% ao ano e a Embraer tem interesse em atuar também na aviação executiva", afirma.

No domingo, a empresa anunciou a venda de seis aviões Embraer 170, de 70 assentos, para a egípcia EgyptAir Holding Company, com opção de compra de outras seis aeronaves do mesmo modelo. A entrega do primeiro avião está marcada para abril de 2007. O contrato vale US$ 165 milhões, segundo preço de tabela dos aviões, sem contar a opção de compra.