Título: Proprietários começam a recuperar investimentos
Autor: Campassi, Roberta
Fonte: Valor Econômico, 20/09/2006, Empresas, p. B2

Durante a década de 1990, as redes hoteleiras estimularam o uso de flats e apart-hotéis para fins comerciais, embora a maioria tenha registro residencial. Ao mesmo tempo, as redes, junto com as incorporadoras imobiliárias, desenvolveram um tipo de empreendimento em condomínio, que ficou conhecido no jargão do setor como condo-hotel. Nesse modelo, os apartamentos são vendidos separadamente a investidores, que então os disponibilizam para uma operadora hoteleira e para a ocupação de hóspedes.

Como forma de promover a venda das unidades, as redes hoteleiras prometiam remunerar os proprietários com uma determinada taxa sobre as receitas da operação. Foi a maneira que elas encontraram para construir novas hotéis sem precisar tomar financiamento a altas taxas de juros.

Se o modelo foi bem-sucedido no começo, transformou-se num problema alguns anos depois que só agora está sendo amenizado. A euforia inicial com os flats e novos lançamentos levou a oferta de quartos a mais que dobrar de 1999 a 2004, com a adição de mais de 15 mil habitações. Em conseqüência, as taxas de ocupação dos quartos caiu de mais de 50% para perto de 40%, e os investidores viram suas expectativas frustradas. Alguns chegaram a vender as unidades desvalorizadas e outros nem conseguiram se desfazer dos flats.

Somente este ano a ocupação voltou aos níveis de 2000. "A demanda não parou de crescer e agora está se equilibrando em relação à oferta", diz Alexandre Mota, consultor sênior da BSH International, que, além de consultoria, representa os proprietários dos quartos junto às redes. Segundo Mota, hoje há prédios com boa taxa de ocupação e de rentabilidade. (RC)