Título: Aliados pressionam Serra por chapa proporcional
Autor: Cunto ,Raphael Di
Fonte: Valor Econômico, 06/06/2012, Política, p. A9

Candidato com a maior coligação na disputa à Prefeitura de São Paulo, o ex-governador José Serra (PSDB) tem trabalhado para evitar divergências com os aliados sobre um tema que tornou-se o centro das discussões: a chapa de vereadores. Com a adesão do PR na segunda-feira, e a proximidade de um acordo com o PP, o número de parlamentares que concorrerão à reeleição na aliança do tucano será de 33 - sem contar uma dezena de outros bons pré-candidatos.

Se por um lado o grande número de cabos eleitorais favorece o tucano, por outro a reeleição de muitos vereadores começa a colocar os partidos um contra o outro na hora de formar a chapa proporcional.

Os tucanos são contra a coligação, com medo de perder parte da bancada, hoje de sete parlamentares. Já PR, DEM, PP e o PSD do prefeito Gilberto Kassab têm colocado na mesa de negociações o desejo de compor a chapa proporcional. O único aliado do tucano que não pediu aliança na chapa proporcional foi o PV, com seis vereadores.

"Fica impossível unir todos em uma única chapa. Até porque teríamos de reduzir de 300 candidatos a vereador para 110", diz um dos coordenadores da campanha do PSDB. "Os que ficassem de fora, além de não fazer campanha para o Serra, virariam inimigos", diz.

Uma chapa com todos esses partidos, avaliam vereadores, aumentará consideravelmente os votos necessários para garantir uma das 55 cadeiras da Câmara - a estimativa otimista é de que seriam precisos pelo menos 35 mil votos. Já na chapa do PT, com 16 vereadores se confirmado o apoio de PSB e PCdoB, a previsão é de no mínimo 28 mil votos.

A briga ocorre porque os vereadores analisam que, com Serra para puxar votos, o número de vagas na Câmara para a coligação aumentará. De olho nisso, os tucanos querem vetar a coligação, embora já estejam arrefecendo as barreiras à aliança.

O líder da bancada do PSDB, vereador Floriano Pesaro, que criticou abrir a chapa para o PSD quando o partido anunciou apoio a Serra, agora diz que é preciso analisar os pedidos individualmente. "Por enquanto, o único partido que manifestou a intenção de coligar na proporcional foi o PR, e vamos discutir isso", afirmou. "O objetivo é ganhar a eleição com o Serra. Quanto maior o número de parceiros, maiores as chances", disse.