Título: Proteção deve se estender para outras áreas
Autor: Barros, Bettina
Fonte: Valor Econômico, 12/01/2007, Especial, p. A12

Apesar de a Amazônia estar no foco das discussões, o governo brasileiro quer voltar-se também para outros biomas - áreas caracterizadas por um tipo de vegetação dominante - cuja agenda acabou defasada nos últimos anos. "Cerrado, caatinga e os campos sulinos são biomas ainda muito pouco protegidos", diz Maurício Mercadante, diretor de áreas protegidas do Ministério do Meio Ambiente. "A meta para os próximos quatro anos é proteger 10% de cada um desses biomas, contra os 2%, 3% de hoje".

Para colocar em prática o que ainda está no papel, o Ibama conta hoje com cerca de R$ 150 milhões por ano para fazer a gestão das unidades de conservação em todo o país, diz Mercadante.

Uma ferramenta aguardada com expectativa é a dos recursos de compensação ambiental, lei criada em 2000 que prevê o pagamento de 0,5% do valor total de um empreendimento que tenha impacto ambiental significativo. Na prática, todas as grandes obras que necessitam de EIA-Rima (estudo de impacto ambiental) estão sujeitas ao pagamento. "Esses recursos já somam R$ 300 milhões, mas nem tudo é utilizado por pendências burocráticas e metodológicas", diz Mercadante.

Para a Amazônia há ainda o programa Arpa, que tem investimentos previstos da ordem de US$ 400 milhões para dez anos de trabalho. O Banco Mundial, com recursos do Fundo para o Meio Ambiente Mundial (GEF), o WWF e o banco alemão KfW são os doadores do programa, que tem o Funbio como o gestor destes recursos.

Em 2006, o Arpa recebeu as primeiras doações de pessoas físicas. Miguel Krigsner, presidente de O Boticário e Guilherme Leal, presidente da Natura, doaram R$ 1 milhão cada um. (BB)