Título: Fitness Hall luta contra a evasão alta
Autor: Bueno, Sérgio
Fonte: Valor Econômico, 21/09/2006, Caderno Especial, p. F2

Rogério Rombaldi, de 35 anos, Dámien Bercht e Ricardo Pranke, ambos com 31, formaram-se juntos em educação física na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1996. Em seguida, fizeram cursos de pós-graduação, na própria UFRGS e na Pontifícia Universidade Católica (PUC), começaram a dar aulas, cada um em academias diferentes. No fim de 2003, tinham juntado dinheiro e levantado empréstimos necessários para abrir a própria empresa.

Hoje, a Fitness Hall, próximo ao centro de Porto Alegre, tem 450 alunos e vem crescendo, em média, 15% ao ano, segundo Rombaldi. Ele já pensa em fazer outra pós-graduação, desta vez em gestão de negócios ou marketing. Quando trabalhava em outras empresas, logo percebeu que não teria muito espaço para crescer na profissão a menos que partisse para um empreendimento próprio. Entre 70% e 80% dos 10 mil profissionais registrados no Conselho Regional de Educação Física no Estado atuam em academias, a maior parte sem vínculos trabalhistas formais.

Para Bercht, a empresa vem obtendo "bons resultados" e tem perspectivas de melhorar. Com capacidade para 600 pessoas e mensalidades entre R$ 100 e R$ 120, a Fitness Hall pretende encerrar o ano com pelo menos 500 alunos e já começa a pensar em futuras ampliações sem comprometer o padrão dos serviços e do atendimento. "A experiência nas outras academias nos permitiu compreender as deficiências das outras empresas e as necessidades dos clientes", afirma Pranke.

O investimento inicial, segundo Bercht, foi de R$ 210 mil, incluindo a adequação do prédio alugado e a compra dos equipamentos. De lá para cá, foram aplicados mais R$ 140 mil pelo menos em melhorias das instalações, renovação e ampliação do número de aparelhos e diversificação das modalidades esportivas. Os sócios também investem no treinamento dos funcionários e estão implantando um sistema de "ouvidoria" por telefone, e-mail e questionários para receber reclamações e sugestões.

Para os novos empresários, o mais importante é desenvolver serviços que reduzam os índices de evasão (de 17%), que representam o contingente de alunos que deixam de renovar a matrícula a cada mês. As iniciativas vão desde aulas nos fins de semana, sorteios de prêmios a contatos por telefone com os alunos que deixam de comparecer à academia por mais de uma semana. "É mais barato manter um cliente do que conquistar um novo", diz Pranke.