Título: Como impedir que a esteira vire cinzas
Autor: Terzian, Françoise
Fonte: Valor Econômico, 21/09/2006, Caderno Especial, p. F2

Diante do crescente culto ao corpo e da preocupação com a saúde, profissionais com formação em educação física ou administração enxergam nas academias de ginástica uma grande oportunidade para conquistar clientes, fazer nome e ganhar dinheiro. Embora as mega academias sejam as mais conhecidas e procuradas, na maioria das vezes, é na pequena escola de ginástica ou de natação do bairro que os alunos preferem se matricular. Para brigar com as grandes e tornar seu serviço mais atraente, os pequenos empresários investem praticamente todo capital em aparelhos modernos, eletrônicos e quase sempre caros.

O problema é que, por ingenuidade ou desinformação, muitos acabam entregando o negócio à própria sorte. Imagine que, em caso de incêndio ou vendaval, todo dinheiro investido nos aparelhos - ou, pelo menos, parte dele - vire cinzas. Embora o risco exista, ele pode ser seriamente reduzido com a ajuda de um seguro patrimonial que inclua coberturas como incêndio. Se um incêndio ou uma chuva forte estragarem uma única esteira computadorizada, a pequena academia perde, no mínimo, R$ 12 mil, que é o custo médio de uma máquina de marca.

Além disso, situações ainda mais graves podem levar ao fechamento de uma pequena empresa de serviços. Imagine que, sem perceber o piso molhado ou uma estação de musculação sem manutenção, um aluno se acidente, quebre a perna ou sofra uma lesão séria no joelho. Se o seguro de responsabilidade civil não tiver sido feito, todo socorro terá de sair do bolso do proprietário. Do medicamento prescrito pelo ortopedista do pronto socorro a uma série de cirurgias.

Para piorar, se o aluno se sentir lesado a ponto de não aceitar somente o pagamento das despesas médicas, ele pode ainda entrar com um pedido de indenização por danos físicos. Para ajudar os pequenos empresários a evitar situações como esta, companhias como a Porto Seguro e a Bradesco têm investido cada vez mais neste público de carteira enxuta, mas com potencial de crescimento.

Em busca de crescimento, a Porto Seguro desenvolveu soluções específicas para atender pequenas e médias empresas do segmento de serviços. Como há muitas frentes para ganhar dinheiro, a idéia das seguradoras é garantir desde a integridade do patrimônio dos pequenos empresários até segurar a vida de seus funcionários. Por isso, seguros como o Empresarial da Porto oferecem proteção ao patrimônio segurado para riscos comuns como incêndio, danos elétricos, roubo de bens e valores, responsabilidade civil, vendaval, quebra de vidros, anúncios luminosos, equipamentos eletrônicos e até tumultos. Contratando uma única apólice, o segurado pode garantir todas essas coberturas.

De quebra, as seguradoras têm agregado valor aos seus produtos com a oferta de serviços de assistência emergencial 24 horas. Ao custo de uma pequena taxa, é possível contratar o serviço de chaveiro, telefonia, substituição de telhas, reparos em portas de aço e reparos hidráulicos, elétricos e desentupimento.

-------------------------------------------------------------------------------- Aluno lesado pode acionar por danos físicos --------------------------------------------------------------------------------

Embora os atrativos para fechar um seguro sejam cada vez maiores, Luis Alberto Lobrigatti, consultor de empresas do Sebrae-SP, lembra que o empresário sempre tem que pesar na balança quais os benefícios do seguro e quais tipos são realmente pertinentes para cada negócio. "Uma pequena empresa de transporte escolar deve se preocupar em fazer seguro de vida para os alunos", sugere Lobrigatti. Além disso, deve-se avaliar possíveis sinistros, as perdas ocasionadas com sua ocorrência e a forma como um seguro ajudaria em determinadas situações.

"O seguro é importante para evitar imprevistos, mas não é milagroso. É importante que as pessoas saibam que quanto maior o risco, mais caro sairá o seguro", avisa Lobrigatti. Outro alerta refere-se aos cuidados na hora de assinar o contrato. O consultor do Sebrae-SP avisa que nem tudo é segurável dentro de uma empresa, a exemplo do estoque, que geralmente é complicado para se segurar. Para não cair em armadilhas, o melhor a fazer é ler o contrato e analisar as coberturas e suas condições com a ajuda de um advogado. Afinal, há pegadinhas de interpretação que podem causar muita dor-de-cabeça no futuro.

Por outro lado, o pequeno empresário deve combater os mitos do mercado. Um deles é achar que todo seguro é caro demais, a ponto de ser inviável. No caso de uma academia de ginástica, Fábio Luchetti, vice-presidente executivo da Porto Seguro, diz que uma cobertura básica, com limite máximo de indenização de R$ 30 mil, custa R$ 200,18. Esse valor pode ser parcelado em quatro vezes sem juros e cobre danos elétricos no valor de R$ 2 mil e despesas fixas em R$ 2 mil. Se o limite máximo de indenização pular para R$ 200 mil, com danos elétricos em R$ 3 mil, despesas fixas em R$ 60 mil e subtração de bens em R$ 60 mil, o preço total do seguro pela Porto Seguro passa a R$ 884,33.

Luchetti conta que embora os produtos da Porto Seguro atendam os mais diversos segmentos, pelo volume, relevância econômica e características próprias, o de bares e restaurantes merece atenção especial. Seguros para estabelecimentos desse tipo podem oferecer ainda garantia a casos de danos corporais sofridos por funcionários como cortes e queimaduras, se contratada a cobertura de Responsabilidade Civil.

Um restaurante que não abre mão do seguro é o japonês Nakombi. Para proteger seu negócio, o diretor administrativo-financeiro Francisco Giaffone Neto providenciou seguro com cobertura contra incêndio, vendaval e danos elétricos, lucros cessantes (cobertura de aluguel e outros custos fixos), roubo de equipamentos, roubo de valores (dentro do estabelecimento e em trânsito) e responsabilidade civil. "Já tivemos problemas com vendaval e roubo de valores, que são os mais freqüentes", conta Giaffone. Apesar de nunca ter tido um sinistro na cláusula de responsabilidade civil , ele julga ser o de maior importância. Explicação: se algo do tipo ocorrer, pode inviabilizar a continuidade do Nakombi.

Outra seguradora que anda de olho nas pequenas empresas do ramo de serviços é a Bradesco Auto/RE Massificados. Segundo Marco Antonio Gonçalves, diretor gerente comercial da Bradesco, os micro e pequenos empresários têm, cada vez mais, apresentado grande preocupação com a frota de veículos e ocorrências de incêndio, roubo, danos elétricos e fenômenos da natureza (vendaval, ciclones e granizo). Não por acaso, esses são os sinistros que mais atingem essas empresas. "As micros e pequenas empresas de serviços são representativas para a Bradesco e apresentam um grande potencial de crescimento", afirma Gonçalves.