Título: Argentina tenta se distanciar das políticas chavistas
Autor: Agências Internacionais
Fonte: Valor Econômico, 11/01/2007, Internacional, p. A7

O governo argentino saiu a público ontem para distanciar-se da decisão do presidente Hugo Chavez de estatizar as empresas de telecomunicações e energia da Venezuela. Logo pela manhã, o ministro do Interior, Aníbal Fernández, afirmou a uma rádio que "a situação da Venezuela é da Venezuela". "Eles sabem o que fazem. Não temos nada que dizer nem muito menos que questionar um Estado soberano", disse Fernandez.

Questionado sobre a estatização das empresas na Venezuela, Fernández disse que o Estado deve ter "respeito" pelo "capitalismo", mas que também tem de ter a "responsabilidade" de oferecer aos cidadãos "garantias a respeito de determinadas condutas". Disse ainda que não se deve comparar as políticas dos dois países e frisou que "não há nada que mudar no Mercosul" - referindo-se à recente entrada da Venezuela no bloco. Sobre se havia risco de que a Argentina repetisse o perfil de intervenção econômica da administração Chávez, Fernández disse que "a Argentina não corre esse perigo, se é que esse risco existe em algum lugar".

Um relatório do banco de investimentos Bear Stearns, divulgado ontem pela agência Dow Jones, levanta dúvidas sobre o destino dos negócios do grupo Techint, um dos maiores conglomerados empresariais da Argentina. O Techint tem 59% do capital da siderúrgica Ternium, que por sua vez detém 60% da venezuelana Sidor, parceria que responde por mais de 40% do faturamento da Ternium. O relatório do Bear Stearns alerta que a siderúrgica poderia estar na lista de Chávez para nacionalização.