Título: Alckmin vai a ato para capitalizar discurso da ética
Autor: Moreira, Talita
Fonte: Valor Econômico, 25/09/2006, Política, p. A6

, o início da última semana da campanha presidencial, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, participa hoje de ato público organizado pela coordenação da campanha tucana em São Paulo para capitalizar os efeitos das denúncias de compra de dossiês por petistas. Terá a companhia de José Serra, o candidato tucano em São Paulo e alvo do dossiê de acusações comprado por petistas.

O "Ato por um Brasil Decente", marcado para o final da tarde em um recinto fechado em um clube, visa ter impacto na mídia e substituir a necessidade de mobilização que um comício acarretaria. Os organizadores esperam três mil pessoas. Na quinta-feira, no debate eleitoral na rede Globo de televisão, Alckmin fará a sua última tentativa de levar a eleição presidencial a um segundo turno. De acordo com as últimas pesquisas, o tucano está em ritmo ascendente e Lula começou a cair.

Ontem, Alckmin fez sua última visita ao Nordeste no primeiro turno. Em João Pessoa (PB), o tucano comemorou o resultado da pesquisa do Ibope divulgada no fim de semana, segundo a qual caiu para três pontos percentuais a diferença entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a soma das intenções de votos para os demais candidatos. Para o Datafolha, a diferença é de oito pontos. O candidato disse que as grandes mudanças nas pesquisas acontecem perto das eleições. " Agora, é o momento da definição e vamos para o segundo turno", afirmou, acompanhado pelo candidato a vice, senador José Jorge (PFL-PI).

Ao comentar o escândalo envolvendo a negociação do dossiê, Alckmin acusou o PT de usar instituições públicas em atos ilegais. Citou o Banco do Brasil, do qual o diretor de gestão de risco, Expedido Veloso, se afastou na semana passada, e a Caixa Econômica Federal, no episódio da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.

O candidato teve um mal estar durante a carreata em João Pessoa, interrompeu sua participação e foi para o hotel, onde ficou por três horas. Segundo seus assessores, Alckmin teve uma queda de pressão arterial. O tucano perdeu uma carreata em Campina Grande (PB), mas iria à noite a comício em Carpina (PE).

(Com FolhaPress, de João Pessoa)