Título: Agnelo assume o comando da transição
Autor: Medeiros, Luísa; Taffner, Ricardo
Fonte: Correio Braziliense, 09/11/2010, Ciodades, p. 25

Até a posse, em 1º de janeiro, o governador eleito coordenará os trabalhos da mudança de gestão, que contará com dois grupos: um técnico e outro político. Partidos aliados deverão apresentar hoje sugestões de nomes para integrar as equipes

A participação dos 13 partidos que ajudaram Agnelo Queiroz a se eleger está garantida na transição, mas a função de coordenar os trabalhos ficará sob responsabilidade do petista. O futuro governador anunciou que comandará, pessoalmente, a mudança de governo nos próximos dois meses, mas terá a contribuição de parlamentares eleitos, candidatos derrotados e de técnicos indicadas pelas legendas para desempenhar a tarefa em diferentes vertentes. Agnelo reuniu-se ontem à tarde com representantes da ampla base aliada. Como o Correio adiantou na edição da segunda-feira, a nova fase contará com dois grupos: um cuidará de questões técnicas, como a elaboração do diagnóstico da atual gestão e do orçamento de 2011, enquanto o outro terá a missão política de debater a montagem do governo. As nomeações para os cargos serão divulgadas por Agnelo até 20 de dezembro. A Biblioteca Nacional de Brasília receberá as equipes formadas por especialistas, mas, pela privacidade, algumas reuniões estratégicas continuarão a ser realizadas na sede do PRB, no Lago Sul.

A articulação política e o contato com os segmentos da sociedade que avalizaram a candidatura de Agnelo serão desempenhados pelos principais cabos eleitorais do ex-ministro do Esporte. O vice, Tadeu Filippelli (PMDB), os senadores Cristovam Buarque (PDT) e Rodrigo Rollemberg (PSB), e o presidente do PT-DF, Roberto Policarpo, foram incumbidos de realizar encontros com apoiadores para recolher sugestões de nomes ao Executivo. O quarteto percorrerá todas as cidades do DF e, depois, levarão as indicações para o comandante da transição. Todos estiveram no encontro na QL 22 do Lago Sul. Quatro distritais marcaram presença ¿ Cristiano Araújo (PTB), Joe Valle (PSB, eleito neste ano), Alírio Neto (PPS) e Cláudio Abrantes (PPS, recém-eleito) ¿, além dos presidentes regionais do PV, Eduardo Brandão, do PCdoB, Augusto Madeira, e do PSB, Marcos Dantas.

O ex-coordenador-geral da campanha de Agnelo, Raimundo Júnior, que tocou a fase inicial da mudança de governo, terá papel mais distante dos holofotes, mesmo porque anda ocupado com a formulação da sua defesa contra a decisão do Tribunal de Contas do DF que o proibiu de ocupar cargos comissionados.

Vão compor o grupo técnico da transição especialistas indicados pelas siglas que formaram, direta e indiretamente, a coligação Um novo caminho.

Representantes das legendas deverão encaminhar hoje lista com sugestões de técnicos, deputados eleitos ou candidatos derrotados que possam participar do processo em conjunto com o governo atual. Agnelo disse ontem que pretende subdividir o grupo em cinco ou seis áreas fundamentais, como infraestrutura, justiça, segurança, desenvolvimento econômico, organização e gestão pública. O petista poderá contar com a ajuda de um coordenador específico para o grupo técnico. O nome mais cotado é o do assessor parlamentar do distrital Paulo Tadeu, José Willeman.

Prazo curto Agnelo Queiroz decidiu liderar a transição, usando o argumento de ter pouco tempo para sanar problemas que poderão ser herdados da atual gestão até sua posse, em 1º de janeiro. Uma das preocupações do petista refere-se ao orçamento de 2011 e à inclusão do DF em programas do governo federal (leia na página 26). O governador eleito tem reunião hoje no Palácio do Planalto para discutir o tema. Sobre a nova função, Agnelo negou que ficará sobrecarregado com a missão e relembrou a intenção de assumir, ele próprio, a Secretaria de Saúde. ¿Reconheço que é um esforço grande e pessoal, mas com o grau de expectativa da sociedade para a retomada da esperança e da credibilidade exige, por nossa parte, toda essa dedicação para ter o diagnóstico mais próximo do real¿, afirmou o petista. Hoje, às 9h30, está prevista uma visita de Agnelo às instalações do governo de transição no primeiro e no quarto andares da Biblioteca Nacional de Brasília.

Na manhã de ontem, petistas participaram de uma reunião informal com Agnelo Queiroz na casa dele, no Lago Sul. Estiveram presentes os deputados da atual bancada na Câmara Legislativa, Paulo Tadeu, Cabo Patrício e Chico Leite, o distrital eleito Chico Vigilante, além de Abimael Nunes e Chico Floresta ¿ que atuaram na fase da pré-transição. O primeiro suplente do senador Cristovam Buarque, Wilmar Lacerda, também compareceu. Os participantes do encontro deixaram a residência por volta das 13h e comentaram apenas que se tratou de um ¿café da manhã de cortesia¿. ¿Não falamos sobre transição¿, disse Leite. Após a reunião, o governador seguiu para almoçar no hotel Lakeside, onde se reuniu com a bancada brasiliense no Senador Federal.

Colaborou Noelle Oliveira

Aniversário discreto » O governador eleito do DF, Agnelo Queiroz, completa hoje 52 anos de vida, mas não há previsão de festa para comemorar a data. Na agenda desta terça-feira, estão previstos: visita à Biblioteca Nacional, reunião no Palácio do Planalto e, talvez, encontro com deputados distritais da base aliada. Na semana passada, o petista tirou cinco dias para descansar com a família na praia de Muro Alto, em Porto de Galinhas (PE). Voltou mais disposto, levemente bronzeado e com alguns quilos recuperados. Ao longo da campanha eleitoral, Agnelo perdeu 9kg.