Título: Procurador defende a Polícia Federal
Autor: Basile, Juliano
Fonte: Valor Econômico, 27/09/2006, Política, p. A9

O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, defendeu ontem a atuação da Polícia Federal na investigação compra de um dossiê por petistas contra o candidato tucano ao governo de São Paulo, José Serra. "A PF agiu corretamente. Não houve favorecimento, ninguém quis proteger ninguém", assegurou o procurador.

A PF foi acusada pela oposição de não exibir fotos com o dinheiro apreendido na operação em que dois petistas foram presos negociando o dossiê. A oposição questionou o fato de a PF divulgar fotos de Serra com envolvidos na máfia dos sanguessugas e esconder as fotos do R$ 1,7 milhão apreendidos. A campanha de Alckmin usou a imagem de bolos de notas falsas para dar ao eleitor a noção do montante apreendido.

Para o procurador-geral, o interesse dessas fotos para a investigação é "zero". As fotos não podem ser utilizadas como prova no inquérito, explicou o chefe do Ministério Público.

"A PF não age quando fotografa", enfatizou Antonio Fernando. "O que interessa é a apreensão das cédulas e que elas sejam descritas no laudo", ressaltou.

Segundo disse, não cabe a ele acelerar as investigações sobre o dossiê e não quis comentar se a PF está demorando para identificar a origem do dinheiro. "Não é da minha alçada", esquivou-se.

Em seguida, reiterou que evitará falar sobre investigações envolvendo candidatos às vésperas das eleições. "Só falo depois. Por que falaria agora? O Ministério Público não é protagonista nem deve influir no processo eleitoral", concluiu. (JB)