Título: MP da Poupança vai à sanção presidencial
Autor: Sousa , Yvna
Fonte: Valor Econômico, 12/07/2012, Política, p. A6

Os senadores aprovaram ontem a Medida Provisória 567, que muda a remuneração da caderneta de poupança. Pela nova regra, quando a taxa básica de juros (Selic) for igual ou inferior a 8,5% ao ano, o rendimento da poupança passa a ser de 70% da Selic mais a variação da Taxa Referencial (TR) de juros.

A nova regra já estava sendo utilizada desde maio, já que as mudanças feitas por MP entram em vigor com sua edição. No fim daquele mês, o Comitê de Política Monetária cortou a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual e chegou ao patamar de 8,5% ao ano, ativando o "gatilho". Quando a Selic estiver acima desse patamar, a poupança volta ao rendimento de 0,5% ao mês mais TR.

O texto aprovado pelo Congresso não mudou o conteúdo do que foi enviado pela presidente Dilma Rousseff e segue agora à sanção. À época do anúncio da medida, Dilma afirmou que a medida era "simples, justa e correta" e que permitiria a contínua redução dos juro. O objetivo do governo era evitar que a queda da Selic tornasse a poupança mais atrativa que a renda fixa e levasse a migração de ativos. Por outro lado, havia o temor de que a mudança deixasse receoso o investidor tradicional, que poderia retirar economias da poupança.

Mas dados divulgados pelo Banco Central revelaram que a nova regra não diminuiu a atratividade da caderneta. Em junho - o primeiro mês de vigência da nova regra - os depósitos superaram os saques em mais de R$ 5,1 bilhões, a melhor captação líquida para o período em dez anos.

Durante a votação em plenário, o líder do PSDB, Álvaro Dias (PR) declarou que a medida prejudica o pequeno poupador. O senador afirmou que o partido vai apresentar projeto de lei para aumentar o rendimento da caderneta de poupança.