Título: Petrobras manterá suas atividades de exploração nos EUA
Autor: Schüffner , Cláudia
Fonte: Valor Econômico, 09/07/2012, Empresas, p. B5

A Petrobras ainda não definiu o critério de venda dos blocos de exploração e produção nos Estados Unidos. Várias áreas da companhia estão trabalhando no assunto. Está sendo preparada uma lista dos blocos exploratórios em fase de desenvolvimento e já em produção naquele país. Também não foram definidas as empresas que serão convidadas a avaliar essas participações. Na sede da companhia, no Rio, o assunto ainda é tratado com sigilo.

"A lista final está em discussão, mas não deve demorar a sair", explicou uma fonte. A ideia até agora, segundo apurou o Valor, não é sair dos Estados Unidos para simplesmente fazer caixa, mas encontrar parceiros que ajudem a financiar os projetos necessários para desenvolver a produção naquele país e, ao mesmo tempo, financiar o plano estratégico da Petrobras, que prevê investimentos de US$ 236,5 bilhões até 2016.

A princípio, os atuais sócios dos blocos nos EUA onde a estatal tem participação não seriam os melhores, já que tenderiam a querer ser operadores. A preocupação da estatal também será a de procurar parceiros com quem já tenha estabelecido um bom relacionamento.

A Petrobras prevê chegar a dezembro produzindo em torno de 21 mil barris por dia nos Estados Unidos. O maior projeto, e considerado a "menina dos olhos" da companhia no Golfo do México, é o de desenvolvimento da produção nos campos Cascade e Chinook, em águas profundas. A brasileira tem uma participação de 80%, em parceria com a francesa Total. A estatal instalou ali a primeira FPSO desconectável em operação na região. A BW Pioneer fica a uma distância de 250 km da costa da Louisiana e pode ser separada dos equipamentos submarinos para navegar e fugir dos furacões que afetam muito a produção de petróleo na região.

Além de Cascade e Chinook, a Petrobras tem participação acionária em 175 blocos de exploração naquele país, sendo que 164 desses blocos estão em águas profundas. A estatal é operadora (sócio que decide sobre o projeto e investimentos) em 126 dessas áreas. A companhia tem ainda projetos exploratórios gigantes nos Estados Unidos, entre eles Saint Malo (operado pela Chevron), Lucius, Hadrian Sul (com Exxon e Anadarko). E estão em fase de aprovação os projetos Stones (operado pela Shell) e Hadrian Norte (Exxon e Anadarko). Os campos de Tiber (BP) e Logan estão em fase de avaliação.

A área internacional tem previsão de investimentos de US$ 10,7 bilhões entre 2012 e 2016, dos quais US$ 4,7 bilhões foram reservados para projetos em estudo. Para desonerar o caixa da companhia e evitar riscos a Petrobras está buscando associações com empresas no exterior que permitam aumentar a capacidade de financiamento dos projetos.