Título: Senadores seguem o perfil dos deputados
Autor: Felício, César
Fonte: Valor Econômico, 05/02/2007, Especial, p. A12

O Senado segue o mesmo padrão da Câmara em termos de presença do empresariado entre seus quadros. Dos 81 senadores titulares da atual legislatura ( o que inclui os licenciados Hélio Costa e Marina Silva, que estão no ministério), 27 retiram a maior parte de seus rendimentos de atividades empresariais. Deste contingente, 12 são agropecuaristas, quatro são donos de estabelecimentos comerciais, quatro são industriais, quatro estão no setor de serviços e três têm a mídia como principal negócio.

Entre os eleitos no ano passado, jamais exerceu mandato eletivo anteriormente o petebista João Vicente Claudino, do Piauí, herdeiro de uma rede varejista chamada "Armazéns Paraíba", peça principal de um conglomerado que inclui um frigorífico e uma construtora. Os demais empresários eleitos já possuem uma longa carreira política.

Dono do grupo que controla a mídia em Alagoas, Fernando Collor (PRTB-AL) já havia exercido todos os outros cargos eletivos possíveis, com exceção de vereador e deputado estadual. Grandes pecuaristas, Joaquim Roriz (PMDB-DF) foi três vezes governador do Distrito Federal , Raimundo Colombo (PFL-SC) é ex-prefeito de Lages e Jayme Campos (PFL-MT) foi governador de seu Estado.

Entre os seis suplentes que assumiram a titularidade do mandato, o de maior poder econômico é o usineiro e produtor de coco João Tenório (PSDB-AL), suplente de Teotônio Vilella Filho, que assumiu o governo alagoano Também tornaram-se senadores Adelmir Santana (PFL-DF), dono da rede de farmácias Vison e suplente do também empresário Paulo Octavio Pereira, eleito vice-governador.

Da legislatura passada, saíram da Casa o controlador do sistema Anglo de Ensino, o ex-senador Ney Suassuna (PMDB-PB), e o dono da construtora Ecocil e ex-presidente da CNI, Fernando Bezerra (PTB-RN), mas permanecem parlamentares com lastro empresarial como Tasso Jereissati (PSDB-CE), Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),