Título: Acirramento leva a 2º turno e à queda de abstenção, brancos e nulos
Autor: Bouças, Cibelle
Fonte: Valor Econômico, 02/10/2006, Política, p. A2

O segundo turno parecia ser o resultado mais provável às 23h24 de ontem, com 98,06%% dos votos apurados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha 48,79% dos votos enquanto o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, somava 41,43%.

O acirramento da disputa refletiu-se no comparecimento. Foi o menor índice de abstenção desde 1989. Conforme dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o índice de abstenções era 16,76%, contra 17,73% na eleição de 2002. O maior índice foi no Maranhão (20,84%) e o menor, no Rio Grande do Sul (13,85%). O total de de votos em branco no país também recuou, de 3,03% para 2,73%. O votos nulos foram de 5,7%;

Os Estados do Nordeste e Norte do país - principais beneficiados pelos programas sociais do governo federal - apresentaram as maiores quedas nos índices de abstenção. Também são essas as regiões em que Lula liderava com folga a votação.

No Norte, Lula obteve 56,25% dos votos válidos e no Nordeste, 66,82% do total. Já nas regiões Sul e Centro-Oeste, os eleitores confirmaram sua preferência pelo principal oponente de Lula, o candidato Geraldo Alckmin (PSDB), que liderava com 54,94% e 51,5% dos votos válidos, respectivamente. No Sudeste, até o fechamento desta edição, a disputa entre os dois candidatos era bastante equilibrada, com pequena margem de vantagem para Alckmin (44,29%, contra 43,92% de Lula).

A maior diferença de votos para Lula foi no Amazonas, onde o candidato obteve 78,01% dos votos válidos. O índice de abstenção nesse Estado foi de 17,72%, contra 21,8% na eleição passada. No Maranhão, um dos Estados que mais recebeu verbas federais para programas sociais, Lula detinha 75,71% dos votos válidos. O Estado também foi um dos que apresentou maior queda no índice de abstenção, baixando de 23,96% para 20,84%.

De modo geral, mais eleitores compareceram às urnas nas regiões Nordeste e Norte. A maior queda no nível de abstenções foi na Bahia, de 25,31% para 20,62%. No Pará houve redução de 22,2% para 19,7%. Também houve queda mais expressiva no Rio Grande do Norte, de 17,6% para 14,78%.

Lula também liderou com folga nos Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Piauí e Paraíba. Já nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, o atual presidente detinha a maioria dos votos válidos no Tocantins, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

No Sul, a preferência dos eleitores foi pelo candidato Geraldo Alckmin. No Rio Grande do Sul, o candidato tucano liderava com 55,76% dos votos válidos. Em Santa Catarina, Alckmin obteve 56,83% dos votos e, no Paraná, 56,61% do total apurado. A maior votação do candidato foi em Roraima, onde obteve 59,5% dos votos válidos.

Em São Paulo, Alckmin liderava a apuração, com 54,67% dos votos válidos, seguido por Lula, com 36,36%. O número de abstenções no Estado era praticamente a mesma da eleição passada, 15,27%.

Em Alagoas, berço da candidatura de Heloísa Helena (P-SOL), Lula se manteve na liderança, com 46,75% dos votos válidos, seguido por Alckmin. Heloísa Helena aparece em terceiro lugar, 13,24%. A maior votação para a candidata foi no Rio de Janeiro, onde obteve 17,13% dos votos. No país, a candidata situava-se em terceiro lugar, com 6,85% do total apurado.

Cristovam Buarque (PDT), quarto colocado na apuração nacional, com 2,68%, não obteve melhor posição nem mesmo no Distrito Federal, berço de sua campanha. Alckmin lidera com 37,06% dos votos, seguido por Lula e Heloísa Helena. Cristovam Buarque aparece com 6,15% dos votos válidos. As abstenções no Distrito Federal totalizam 13,88% do total apurado, praticamente a mesma de 2002.