Título: Santa Catarina decidirá eleição no dia 29 de outubro
Autor: Bueno, Sérgio
Fonte: Valor Econômico, 02/10/2006, Política, p. A14

A eleição para o governo do Estado de Santa Catarina ficou para o segundo turno. O candidato à reeleição para o governo, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), e Esperidião Amin (PP) repetirão a mesma rivalidade da última eleição, ocorrida em 2002.

De acordo com os dados do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC), Silveira fez 48,9% dos votos, Esperidião Amin (PP) conseguiu 32,77%, seguido por José Fritsch (PT), com 14,3% dos votos. Antônio Carlos Sontag (PSB) ficou com 2,44% dos votos e os demais candidatos não conseguiram somar 1%. Os votos em branco ficaram em 3,39%, enquanto os nulos somaram 5,35%.

Silveira e Amin, tradicionais rivais, travaram há quatro anos o mesmo embate pelo governo estadual. A diferença desta disputa com o pleito anterior, contudo, são as posições agora ocupadas. Em 2002, Amin encerrava o primeiro turno na frente, com 39,86%, contra 30,08% de Silveira.

O segundo turno veio de acordo com o que indicava a última pesquisa Ibope, na véspera da eleição, que mostrava queda de Silveira, de 49% para 45% das intenções. Seus eleitores vieram em grande parte da maior cidade do Estado, Joinville, onde fez 60%, mas também de cidades do oeste e do sul onde em 2002 ele não era tão popular. Em Criciúma, onde Fritsch havia vencido em 2002, Silveira fez 46,16% dessa vez. Também venceu em Chapecó, tradicional reduto do petista, com 44,57% dos votos, onde Fritsch fez 30,14%, e Amin apenas 17,97%.

A vitória de Silveira no primeiro turno, por outro lado, foi impedida por votos que vieram de cidades como Blumenau, Florianópolis e Itajaí. Nesses localidades, Amin venceu. Em Florianópolis, Amin fez 38,57%, enquanto Silveira fez 28,25%. Em Blumenau, Amin fez 34,75%, enquanto o peemedebista somou 33,13%. Em Itajaí, Amin conseguiu 37% e Silveira, 30,26%.

A campanha de Silveira apoiou-se nas fortes alianças que firmou com PSDB e PFL. Silveira teve apoio do senador Jorge Bornhausen (PFL), e do senador Leonel Pavan (PSDB), vice na sua chapa. Já Amin teve apoio apenas do PV, depois que seu tradicional parceiro, Bornhausen, optou por apoiar Silveira de olho na eleição de Geraldo Alckmin (PSDB) para o governo federal. Ainda não está fechado o apoio do segundo turno estadual.

O novo governador irá se deparar com uma Assembléia Legislativa composta na sua maioria pela base de Silveira, sem grandes mudanças em relação à composição anterior. PMDB, PFL mais o PSDB ficarão com 23 das 40 cadeiras (PMDB é dono da maior bancada com 11 deputados), seguidos pelo PT, com 6 vagas, e pelo PP, com 6 eleitos.

No Senado, Raimundo Colombo (PFL) foi o senador eleito. Também aliado a Silveira, ele teve 58,58% dos votos, vencendo a candidata do PT, Luci Choinacki, que ficou com 28,19% dos votos. Prefeito de Lages por duas vezes, tendo sido reeleito com 70,35% dos votos válidos em 2004, Colombo já vinha sendo indicado pelas pesquisas como o favorito dos catarinenses. Ele vai substituir Bornhausen, seu padrinho político, que se aposenta das disputas políticas.

Para deputado federal, entre os mais votados também estão a base de Silveira, PMDB e PFL, que elegeram 8 pessoas, entre eles, Paulo Bornhausen, filho de Jorge. A esposa de Amin, Ângela (PP), também conquistou uma vaga.