Título: Acre aponta vitória de Binho Marques
Autor: Barros, Bettina
Fonte: Valor Econômico, 02/10/2006, Política, p. A19

Com 92,74% das urnas apuradas até as 20h55 de ontem, os resultados dos votos no Acre apontavam praticamente para uma vitória em primeiro turno do candidato petista ao governo Binho Marques, que liderava as apurações com 53,45% dos votos válidos. Na segunda colocação estava Márcio Bittar, do PPS, com 35,13% dos votos. E em terceiro, o tucano Tião Bocalom Rodrigues que contabilizava 10,69% dos votos válidos. O Estado foi o último do país a finalizar as votações em razão da diferença do fuso horário - duas horas a menos - em relação à maioria dos Estados brasileiros. Para o Senado, os resultados apontavam para a eleição de Tião Viana, do PT, com 64,35% dos votos. O segundo colocado, Airton Chaves da Rocha, do PDT, estava com 27,38%.

Os primeiros números confirmam pesquisas eleitorais realizadas no Estado. O último levantamento do Ibope, divulgado dia 27 de setembro, dava a Binho Marques, 49% das intenções de votos e a Márcio Bittar 30%. A pesquisa, realizada entre os dias 23 e 25 de setembro, entrevistou 812 eleitores em dez, dos 22, municípios do Estado.

Caso as urnas confirmem a vitória de Binho Marques, o Partido dos Trabalhadores completará o terceiro mandato à frente do governo estadual. Arnóbio Marques de Almeida Júnior, o Binho Marques, de 43 anos, também poderá ser o primeiro não-acreano a governar o Estado por eleições diretas. Ele nasceu em Bosque da Saúde, São Paulo. Atual vice-governador e ex-secretário de Educação do Estado e também de Rio Branco, Binho Marques nunca concorreu em eleições. Entrou na disputa para o governo de Estado porque o senador Tião Viana teve a candidatura impedida por ser irmão do atual governador, Jorge Viana.

Pecuarista, Márcio Bittar começou sua trajetória política no PMDB, partido pelo qual se elegeu deputado estadual, em 1994, e deputado federal, em 1998. Ele deixou o PMDB e foi para o PPS em 1999, tendo se candidato em 2004 à prefeitura de Rio Branco.

O terceiro menor colégio eleitoral do país, com 412.840 eleitores e 22 municípios, registrou uma eleição tranqüila. Apenas alguns casos de boca-de-urna foram registrados e a prisão de um empresário pela suposta compra de votos para o irmão candidato à Assembléia do Estado. Ao todo, o Acre tem oito vagas à Câmara Federal e 23 vagas para a Assembléia legislativa. E para o Senado há apenas uma vaga.