Título: Apesar da queda, produto remunera mais
Autor: Scaramuzzo, Mônica e Lopes, Fernando
Fonte: Valor Econômico, 02/10/2006, Agronegócios, p. B12

Mesmo com a forte queda do açúcar no mercado internacional, que ajudou a pressionar as cotações no mercado doméstico, o açúcar ainda está remunerando melhor que o álcool no Brasil.

Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) aponta que, na semana passada, o açúcar remunerava 39% mais que o álcool hidratado (combustível) e 27% mais que o álcool anidro (misturado à gasolina).

A paridade de preços do açúcar no mercado interno é praticamente a mesma com o produto voltado para exportação, observou a pesquisadora do Cepea, Miriam Bacchi. "Os preços do açúcar no mercado interno têm relação com as bolsas internacionais, mas a analogia não é de um para um". Segundo ela, se os preços têm uma queda abrupta no mercado internacional, o recuo doméstico não será necessariamente na mesma proporção, apesar da estreita relação existente.

Na sexta-feira, as cotações da saca de 50 quilos do açúcar fecharam a R$ 37,80, queda de 4,7% nos últimos 30 dias. Na comparação com o início da safra, em maio, a desvalorização é de 23,85%. Nos últimos 12 meses, o produto acumula alta de 15,77%.

O litro do álcool anidro fechou sexta-feira a R$ 0,8653 (sem impostos), com queda acumulada de 5,3% em relação a agosto. Em 12 meses, os preços recuaram 3,5%. O hidratado fechou a R$ 0,75264 o litro (sem impostos), 4,32% menos na comparação com agosto e baixa de 6,4% sobre igual período do ano passado.

A colheita de cana no centro-sul do país entrou no seu terço final e ficará em 370,6 milhões de toneladas, aumento de 9,3% sobre a safra anterior. A produção de açúcar poderá oscilar entre 25,5 milhões a 26,1 milhões de toneladas, 18% mais que a safra anterior. A oferta de álcool deve ficar entre 15,75 bilhões e 16,01 bilhões de litros, um aumento médio de 10% sobre 2005/06, de acordo com a União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica).(MS)