Título: Para IBGE, IPCA de 2006 reforça estabilidade
Autor: Salgado, Raquel
Fonte: Valor Econômico, 15/01/2007, Brasil, p. A3

O resultado da inflação de 2006, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), consolida a estabilidade de preços e o fim da indexação, segundo a coordenadora de índices de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos. O IPCA ficou em 3,14% no ano, a menor taxa desde 1998 (1,65%), quando o país ainda vivia sob o regime de câmbio fixo. Em 2005, o IPCA ficou em 5,69%.

Segundo Eulina, os principais fatores que ajudaram a conter a inflação no ano passado foram a significativa safra agrícola, favorecendo um bom comportamento dos preços dos alimentos, o real valorizado em relação ao dólar e a ausência de reajustes da gasolina nas refinarias da Petrobras, além da deflação do álcool.

Ela ressalta ainda que as tarifas públicas foram importantes para a desaceleração do IPCA em 2006. A energia elétrica subiu apenas 0,28% e a telefonia fixa registrou queda de 0,83%. Nos anos anteriores, as tarifas foram os principais vilões da inflação porque eram indexadas integralmente aos índices gerais de preços da Fundação Getúlio Vargas (FGV), sensíveis às variações cambiais.

Os grupos que mais exerceram pressão de alta sobre os preços foram despesas diversas, saúde e transportes, devido aos aumentos no salário mínimo, nos planos de saúde e nas passagens de ônibus. O plano de saúde foi o item que mais puxou a inflação de 2006, com alta de 12,3%, seguido pelas mensalidades escolares (6,79%) e transporte urbano, com alta de 8,11%.

Em 2007, a inflação medida pelo IPCA deve manter a tendência de estabilidade na avaliação de Eulina. "Não há motivos para se esperar taxas altas futuras, porque a situação é de estabilidade de preços", disse.