Título: Comgás mantém foco em residências para expandir
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 27/07/2012, Empresas, p. B8

Com o foco estratégico na expansão do segmento residencial, a Comgás deve encerrar este ano com 1.200 quilômetros de novas tubulações. Se confirmadas as estimativas, a companhia atingirá a extensão de 9.200 quilômetros de rede instalada, de acordo com Roberto Lage, vice-presidente de finanças e relações com os investidores do grupo. Os investimentos da companhia devem atingir até R$ 680 milhões em 2012. No ano passado, os aportes foram de R$ 509 milhões.

A empresa, que está em seu terceiro ciclo tarifário (2009/2014), deverá começar a planejar o próximo plano de investimento a partir de 2013, segundo Lage. Antes de começar a fazer seu próximo planejamento, a companhia está no aguardo da aprovação da entrada de seu novo controlador - o grupo Cosan - na companhia. A Cosan anunciou em maio a compra de 60,1% da participação que pertencia à inglesa BG por R$ 3,4 bilhões. A Shell, que tem participação de 18,2%, continua no negócio.

"Estamos na expectativa da aprovação dessa operação [troca de controlador] pela Arsesp [Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo]", afirmou o executivo. Essa transação também tem de passar pelo crivo do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

A empresa divulgou, na quarta-feira, que encerrou o segundo trimestre deste ano com receita líquida de R$ 1,278 bilhão, aumento de 26,4% sobre o mesmo período do ano passado. O lucro líquido no período recuou 60,2%, para R$ 36,73 milhões. No semestre, a receita líquida soma R$ 2,398 bilhões, alta de 23,9%. O lucro líquido ficou em R$ 110,286 milhões, baixa de 31,3% sobre janeiro a junho do ano passado.

O setor industrial, que responde por mais de dois terços da receita da companhia, tem passado por um período de desaceleração, como reflexo da crise econômica global. O executivo acredita que esse desaquecimento faz parte de um ciclo baixista. As apostas serão no segmento residencial. "Desde 2004 estamos apostando nesse setor. Encerraremos este ano com 100 mil novos clientes", disse Lage.

Lage informou que a companhia de gás está trabalhando para reduzir sua dívida de curto prazo, que responde 37% do total do endividamento da empresa. O conselho de administração da companhia aprovou uma captação de US$ 75 milhões, que deverá encolher esse índice entre 29% e 30%. O segundo financiamento ainda está em fase de negociação com o BNDES, somando R$ 1,160 bilhão. Esses recursos também deverão ser aplicados para baixar o percentual da dívida de curto prazo e também serão destinados para concluir o plano de expansão da companhia até 2014.