Título: Na renda fixa, o que vale é a taxa
Autor: Pavini, Angela
Fonte: Valor Econômico, 08/01/2007, Eu & Investimentos, p. D1

A orientação dos professores para o investidor diante desses indicadores é: se a escolha for por um fundo de renda fixa, procure os que tiverem taxa de administração mais baixa, pois é o que vai fazer diferença. "Cada ponto de taxa de administração a menos é um ponto de retorno a mais para o investidor", diz Willian Eid, da FGV.

Mesmo no caso dos novos fundos de crédito privado, os professores não vêem grandes vantagens agregadas pelo gestor. "Os títulos privados, as debêntures que estão entrando nas carteiras, são papéis de alta qualidade, que pagam o mesmo que o CDI ou a Selic, e no fim a diversificação não acontece", afirma Ricardo Rochman, da FGV. Quem diversificar mais e colocar crédito securitizado (FDICs), câmbio ou CRIs já não será mais fundo de renda fixa, mas um multimercado. "Não há no Brasil uma classificação de risco de empresas que permita ao gestor comprar papéis de empresas de segunda ou terceira linha que paguem mais".

A falta de condições de avaliar esses papéis faz os gestores evitarem a diversificação. Os professores citam o caso da CP Cimentos, que entrou em dificuldades no ano passado e que tinha debêntures compradas por vários fundos. Uma carteira do Bradesco provisionou 100% do valor do papel, mesmo sabendo que o título ia ser pago porque a empresa estava sendo negociada e o novo comprador honraria o débito. Nos EUA, o papel teria recebido uma avaliação de risco que permitiria provisão menor. Hoje, o título foi reavaliado e a cota recuperou as perdas. "Mas esse tipo de oscilação negativa nas cotas vai ficar para sempre na história do fundo", explica Eid. (AP)