Título: Positivo solicita registro à CVM para lançar ações em bolsa
Autor: Fuoco, Taís
Fonte: Valor Econômico, 03/10/2006, Empresas, p. B3

A Positivo Informática, braço de tecnologia do grupo Positivo, de Curitiba, pediu registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para lançar ações ordinárias em bolsa. O pedido deu entrada na CVM na sexta-feira e está em análise pela autarquia.

A oferta de ações pode ser a estratégia com a qual a companhia pretende financiar seu crescimento sem se endividar demais - e assim evitar casos já ocorridos no mercado de fabricantes nacionais, como no recente episódio da Metron. A Positivo nasceu em 1989, ainda como fornecedora de equipamentos de informática para consumo do próprio grupo. Em seguida, passou a atender também às licitações de governo.

Em 2004, no entanto, começou a fornecer microcomputadores ao varejo brasileiro, com boa parte da equipe de vendas, inclusive, egressa da própria Metron, que estava com problemas. Em dezembro daquele ano, a Positivo passou a figurar no primeiro lugar entre as companhias que vendem computadores "legais" no país, de acordo com a medição da consultoria IDC.

Ela segue líder nesse segmento até hoje - tinha 11,3% das vendas totais no primeiro trimestre deste ano - e inaugurou uma segunda fábrica, no fim de 2005, com a qual duplicou sua capacidade produtiva. A nova unidade ocupa uma área de 10 mil metros quadrados na Cidade Industrial de Curitiba e recebeu investimentos de R$ 12 milhões. Sua capacidade de produção era de 90 mil computadores/mês.

O salto nas vendas foi motivado não só pelos acordos fechados com grandes varejistas, como Ponto Frio e Casas Bahia, mas também pela queda do dólar ante o real - o que barateou a importação de componentes e peças - e pelas medidas de incentivo do governo federal na Lei do Bem, que isentou de PIS/Cofins as máquinas de até R$ 2.500.

No ano passado, a companhia informou uma receita bruta de R$ 500 milhões, da qual cerca de 70% veio das vendas de microcomputadores e notebooks no varejo. Nos três primeiros meses deste ano, a Positivo vendeu 161 mil computadores no país, um salto de 220% ante mesmo período do ano passado.

Em 2005 foram vendidos cerca de 370 mil computadores. Para 2006 a expectativa é superar a marca de 500 mil máquinas. Além dos computadores, a empresa desenvolveu e comercializa o Dicionário Aurélio Eletrônico e o Dicionário Digital Aurélio, por meio da editora Positivo que tem a licença dos produtos. O braço de tecnologia do grupo também representa os títulos da Disney no Brasil.

Procurada, a companhia não se pronunciou sobre o registro da oferta. (Colaborou Marli Lima, de Curitiba)