Título: Bovespa perde 1,67% puxada por Petrobras e Vale
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Fonte: Valor Econômico, 04/10/2006, Finanças, p. C2

A queda nos preços das commodities, em especial do petróleo, prejudicou o desempenho da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ontem, que fechou com o seu principal índice no vermelho. O recuo nas cotações internacionais afetou papéis com importante participação no Ibovespa, como Petrobras e Vale do Rio Doce . Nem a pontuação recorde do índice americano Dow Jones foi suficiente para aliviar a queda local.

O Ibovespa recuou 1,67%, aos 36.437 pontos, na mínima do dia. Na máxima, alcançou pontuação de 37.056, também em queda. O volume financeiro totalizou R$ 2,16 bilhões.

A queda nas cotações das commodities derrubou a bolsa paulista, por causa da influência das ações da Vale e Petrobras, que detêm sozinhas quase 29% do Ibovespa, analisou o gestor da Máxima Asset Management Renato Motta. "Os preços desses itens despencaram", disse. O índice CRB de commodities caiu 2,07%, para 295,13 pontos. No caso do petróleo, em particular, o contrato do óleo tipo WTI para novembro perdeu 3,85%, para US$ 58,68, em Nova York, no menor preço registrado pelo vencimento mais curto em sete meses.

No mercado brasileiro, as ações da Petrobras reagiram de forma negativa a tal movimento. As preferenciais da estatal, cuja fatia no Ibovespa é de 13,082%, caíram 4,22%, a R$ 38,80, a terceira maior queda do índice. Os papéis ON, que têm 2,23% da carteira, perderam 4,70%, a R$ 42,69, a segunda maior baixa. No caso da Vale, as ações PNA, que detêm 11,058% na composição do Ibovespa, registraram decréscimo de 3,64%, a R$ 39,40. Os papéis ON da mineradora, com participação de 2,517%, cederam 3,87%, para R$ 45,60.

Nem a alta dos pregões americanos, com o Dow Jones alcançando marca histórica tanto no decorrer do pregão quanto no fechamento, foi capaz de motivar a melhora local. O Dow terminou com valorização de 0,49%, aos 11.727,34 pontos, após ter atingido 11.754,50 na máxima do dia. "O peso de Vale e Petrobras dentro do Ibovespa é bastante forte", reforçou o analista da Ativa Corretora Guilherme Marins. O profissional também citou algum movimento de ajuste no pregão paulista ao otimismo da véspera, com a definição de segundo turno para a eleição presidencial no país.

Fora do Ibovespa, as ações ordinárias do Banco Nossa Caixa foram destaque de alta, com valorização de 4,52%, cotadas a R$ 45,05 no fechamento. Os papéis subiram após o governador de São Paulo, Cláudio Lembo, ter suspenso a oferta pública de ações. O prazo de reserva começaria hoje. Apesar de a operação ser vista com bons olhos, já que ampliaria o capital em circulação do banco, a interpretação foi que o governo José Serra pode tocar a privatização da instituição.

(colaborou Adriana Cotias, de São Paulo)