Título: Haddad começa campanha em SP com déficit nas contas
Autor: Agostine , Cristiane
Fonte: Valor Econômico, 07/08/2012, Política, p. A8

A campanha de Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo começou com um déficit de R$ 8,8 milhões, segundo a primeira prestação de contas parcial da campanha registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A campanha de Haddad registrou receita de R$ 2,4 milhões, sendo R$ 1,47 milhão da candidatura e R$ 975 mil do comitê financeiro. A despesa foi de R$ 11,2 milhões, somados os valores dos gastos da candidatura e do comitê e descontadas todas despesas efetivamente pagas.

O tesoureiro da campanha do PT, vereador Chico Macena, disse que as despesas serão cobertas. "Não estamos preocupados. Está dentro do previsto. Vai melhorar em agosto".

José Serra (PSDB) arrecadou R$ 1,95 milhão e gastou R$ 1,54 milhão, segundo o demonstrativo do comitê para prefeito do PSDB. No documento relativo à campanha de Serra estão registrados somente recursos "estimáveis em dinheiro", que correspondem à valorização de serviços que lhe estão sendo prestados sem que haja movimentação financeira.

As maiores despesas contratadas de Haddad foram com publicidade por carros de som (R$ 2,845 milhões), publicidade com placas e faixas (R$ 1,6 milhão) e produção de programas de rádio e televisão (R$ 1,5 milhão). Já Serra declarou R$ 384,8 mil em despesa contratada para produção de programas de rádio e televisão e R$ 200 mil com jingles e slogans. A maior despesa foi com terceiros (R$ 766 mil).

Celso Russomanno (PRB), empatado na liderança de pesquisas de intenção de voto com Serra, arrecadou R$ 512 mil e gastou R$ 245 mil. Gabriel Chalita (PMDB) teve receita de R$ 400 mil e despesa de R$ 197 mil.

No Rio, o prefeito Eduardo Paes (PMDB), candidato à reeleição, gastou sozinho mais do que o triplo das despesas apresentadas pelos demais candidatos. As despesas já pagas por Paes somam R$ 728.206,62, enquanto os demais candidatos juntos somaram R$ 235.770,61. Apresentaram números ao TSE os candidatos Marcelo Freixo (PSOL), com despesas pagas de R$ 95.771,75; Otávio Leite (PSDB), com R$ 79.878,36; e Rodrigo Maia (DEM), que até agora teve R$ 60.120,50 em gastos.

Além dos gastos pagos em dinheiro, Maia apresentou na rubrica "estimável em dinheiro" R$ 534.925,50 como originárias de "outros candidatos/comitês". Elas aparecem na coluna de despesas como gastos com publicidade por material impresso e com placas, estandartes e faixas. Aparecem com Receitas e despesas sem dinheiro Freixo (R$ 18.379,69) e Leite (R$ 5.000).

Na coluna das receitas, a disparidade entre Paes e os demais candidatos também é muito grande. O prefeito apresentou receitas totais, incluindo as estimáveis, no valor de R$ 2.884.925,50, enquanto os outros quatro candidatos que apresentaram receitas juntos somaram R$ 293.429,69. Aspásia, do PV, e Cyro Garcia, do PSTU, não apresentaram receitas e nem despesas.

Na coluna das despesas já contratadas, mas não totalmente realizadas, Paes aparece com R$ 1.617.370,83, enquanto Maia, do DEM, já empenhou 55,72% do total comprometido - R$ 768.168,29 em números absolutos. Das receitas do prefeito, R$ 2 milhões vem da rubrica "recursos de partido político". Paes apresenta R$ 350 mil originários de "pessoas jurídicas". A maior parte dos recursos de Marcelo Freixo (R$ 84.550) vem de "pessoas físicas". As receitas de Maia vieram de pessoas jurídicas e da sigla.

O comitê financeiro único do PMDB apresentou receitas de R$ 1 milhão e despesas de R$ 563.930,83. O comitê do PSOL aparece com receitas de R$ 35.382 e despesas de R$ 29.532,24. Já o do PV teve receitas de R$ 317 mil e despesas de R$ 153.399,60.

Em Porto Alegre, a deputada federal Manuela D"Ávila (PCdoB) aparece com a maior receita. A candidata, que disputa a liderança nas pesquisas com o prefeito José Fortunati (PDT), declarou ter recebido R$ 450 mil em recursos partidários, mas não registrou gastos.

A segunda maior arrecadação é a do candidato do PT, deputado estadual Adão Villaverde, que aparece em terceiro nas pesquisas e declarou R$ 95 mil em receitas e R$ 94,96 mil em despesas. A maior parte dos gastos refere-se à produção do programa eleitoral (R$ 47,7 mil) e ao pagamento de pessoal (R$ 12,2 mil). O petista prevê despesas totais de R$ 8 milhões na disputa deste ano.

Fortunati informou a terceira maior arrecadação, de R$ 69,1 mil, originária do comitê de campanha, mas não relatou despesas. O candidato do PSOL, Roberto Robaina, declarou ter receita de R$ 9,9 mil e gastos de R$ 7,2 mil, a maior parte com produção de material impresso.

Entre os comitês financeiros que apresentaram os dados, as maiores receitas estão entre os aliados de Fortunati: o PDT, com R$ 258 mil; o PPS, com R$ 88 mil; o PP, com R$ 40 mil, e o PTB, com R$ 20 mil. Depois vêm o PSTU, com R$ 9 mil, e o PSOL, com R$ 4 mil. O PSDB e o PSL informaram que os comitês arrecadaram R$ 300 cada um. O PT informou ainda não ter arrecadação, enquanto o PMDB não apresentou informações.

Em Belo Horizonte, o prefeito candidato à reeleição, Marcio Lacerda (PSB), declarou receita de R$ 1 milhão, dos quais R$ 700 mil estão classificados como recursos de outros candidatos ou comitês; e R$ 300 mil como recursos de pessoas jurídicas.

O ex-prefeito e ex-ministro Patrus Ananias (PT) declarou ter obtido R$ 897,5 milhões - tudo classificado como recursos de partido. Seu maior gasto até agora foi com locação de imóveis: R$ 56,3 mil. O gasto declarado pelo petista foi de R$ 75,8 mil.

Lacerda já gastou dez vezes mais que Ananias. Foram R$ 744,8 milhões, principalmente com serviços prestados por terceiros (R$ 286,1 mil), com programas para rádio e TV (R$ 281,5 mil) e com publicidade por telemarketing: R$ 105 mil.