Título: EUA acusam banco de criar esquema com Irã
Autor: Newswires , Jones
Fonte: Valor Econômico, 07/08/2012, Internacional, p. A11

O regulador máximo do mercado financeiro de Nova York acusou a unidade americana do Standard Chartered de ser uma "instituição desonesta" que fez um esquema com o governo do Irã para esconder mais de US$ 250 bilhões em transações ilegais por quase uma década.

O Departamento de Serviços Financeiros do Estado de Nova York ameaçou revogar a licença da subsidiária do banco inglês. A agência ordenou que os funcionários da subsidiária americana "expliquem essas aparentes violações da lei" em audiência no fim deste mês. O Standard Chartered foi notificado ontem da ação regulatória.

A lei dos Estados Unidos restringe fortemente as relações de instituições financeiras com países estrangeiros com sanções. O objetivo da lei é evitar o financiamento de terroristas, traficantes de armas e de drogas. Os bancos são obrigados a acompanhar de perto os movimentos de dinheiro para detectar sinais de atividades suspeitas.

O superintendente do departamento, Benjamin Lawsky, disse que a investigação em andamento também "descobriu evidências a respeito do que são, aparentemente, esquemas semelhantes" da subsidiária do Standard Chartered em Nova York "para conduzir negócios com outros países sancionados pelos EUA, como a Líbia, a Birmânia e o Sudão". Birmânia é o antigo nome do país asiático hoje conhecido como Mianmar.

Um inquérito de 30 mil páginas, que reúne memorandos internos, e-mails e outros documentos do Standard Chartered, indica que o banco mascarou a identidade de clientes iranianos em 60 mil transações.

A agência acusou a subsidiária do banco de uma conspiração sistemática para falsificar ordens de transferências e mentir para os reguladores. Lawsky alegou que os executivos da unidade americana tinham amplo conhecimento do esquema, que durou de 2001 a 2010.