Título: Derrotado, ACM descarrega contra Lula em plenário
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 04/10/2006, Política, p. A6

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) fez ontem, no Senado, mais um discurso duro, ofensivo mesmo, contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governo do PT, a pretexto de fazer um balanço das eleições de domingo para a Presidência da República e também na Bahia. "Roubalheira", "ladrões" e "quadrilha" foram alguns dos adjetivos empregados.

ACM iniciou seu pronunciamento creditando a derrota de seus candidatos nas eleições baianas - o governador Paulo Souto, que postulava a reeleição, e o senador Rodolfo Tourinho, que tentava manter-se no Senado - ao dinheiro do governo federal. "O presidente Lula foi vencedor. Não importa como. Jogando muito dinheiro do governo? Sim. Dinheiro da Petrobras? Sim. Dinheiro dos ladrões que o cercam? Sim. Mas o fato é que ele venceu".

O senador previu a derrota de Lula no segundo turno, porque "todos estão tomando conhecimento da maneira de governar do presidente, das pessoas das quais ele se cerca, e dele pessoalmente como chefe de uma quadrilha que assalta o Brasil". E aproveitou para alfinetar as recentes declarações amistosas trocadas entre Lula e o ex-presidente Fernando Collor, eleito ao Senado por Alagas. "Este governo começou com Waldomiro Diniz roubando e vai até o fim com uma série de ladrões, (...) nunca houve neste país um descalabro igual, nunca houve neste país um governo que tivesse a coragem - nem mesmo o seu novo aliado, o Collor - de roubar tão abertamente".

Em seu discurso, ACM relembrou nominalmente diversas pessoas ligadas ao governo que estiveram envolvidos em escândalos de corrupção, desde José Dirceu, José Genoino, Ricardo Berzoini, Luiz Gushiken e Silvio Pereira até Paulo Okamotto e Freud Godoy, entre outros. Lamentou ter de citar, também, o ex-ministro e deputado eleito Antonio Palocci. Poupou, apenas, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Por fim, ACM afirmou que continuará lutando e vaticinou o retorno do "carlismo" à Bahia: "Em breve, V. Exªs verão o desastre que será o governo de Jaques Wagner e a volta triunfal do carlismo. O carlismo é uma legenda que não se apaga".