Título: Cabral declara apoio à reeleição do presidente
Autor: Vilella, Janaina
Fonte: Valor Econômico, 04/10/2006, Política, p. A6

O candidato do PMDB ao governo do Rio, Sérgio Cabral confirmou ontem o apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Estado. A aliança será selada amanhã na sede do PT do Rio e contará com a participação do próprio Lula, informou o pemedebista. Em contrapartida, o PT local também declarou ontem apoio oficial a Cabral. O apoio de Cabral ao presidente, no entanto, racha o PMDB, no Rio, uma vez que o presidente regional da legenda, o ex-governador Anthony Garotinho também oficializou ontem o apoio a Geraldo Alckmin (ver reportagem acima).

A candidata do PPS ao governo do Estado do Rio de Janeiro, Denise Frossard, corre o risco de disputar o segundo turno sem o apoio das legendas que mais tiveram votos no Estado. A tendência é de que o senador Marcelo Crivella, do PRB, terceiro colocado na disputa estadual com 1.531.431 votos, também anuncie hoje o apoio a Cabral. Até mesmo o PSDB, que integra a chapa com o PPS, em nível nacional, ainda reluta para costurar uma aliança com a juíza.

Ontem, a executiva regional do PSDB se reuniu no Rio durante cinco horas para decidir quem apoiar no segundo turno. O encontro chegou a ser interrompido por duas vezes pelo presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati, que ligou para o presidente regional do partido, Luiz Paulo Correa da Rocha, e para o ex-governador do Rio, Marcello Alencar, na tentativa de adiar a reunião. A iniciativa parece ter dado certo.

De acordo com um tucano presente ao evento, depois de receber o telefonema, Alencar adiou a reunião e partiu para a casa do prefeito do Rio, Cesar Maia, para costurar uma possível aliança com Denise Frossard. Até então, a posição defendida no encontro por alguns tucanos, entre eles Eduardo Paes e José Camilo Zito dos Santos Filho, era de neutralidade. Um ofício da direção nacional do PSDB encaminhado a todos os diretórios regionais na segunda-feira já informava que qualquer decisão regional deveria ser submetida em primeiro lugar ao crivo da executiva nacional. Hoje, Luiz Paulo viaja para Brasília para uma nova reunião com Tasso.

Denise disse ter indicações de que não terá apoio de Crivella no segundo turno. Em entrevista à Rádio CBN, ela afirmou ter informações de que o senador seria o secretário de educação em um eventual governo Sérgio Cabral. "Chegou-me essa informação de que o apoio do Crivella importará em que ele seja o secretário de Educação. Quer dizer, é composição. Já temos o PFL e o PV conosco. Sobre o PT, já liguei para o deputado Biscaia".

Milton Temer, do P-SOL, e Carlos Lupi, do PDT, ainda vão se encontrar com as executivas nacionais dos partidos para anunciar as novas alianças. Ontem, Lupi visitou Denise em sua casa, mas afirmou ainda ser prematuro declarar apoio à candidata. Crivella, por sua vez, viajou ontem para Brasília para conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice, José Alencar, antes de tomar uma decisão final.