Título: País quer vender mais gás
Autor: Schüffner, Cláudia
Fonte: Valor Econômico, 04/10/2006, Internacional, p. A11

O acordo firmado na Bolívia para exportação de 20 milhões de metros cúbicos dia de gás para a Argentina exigiria investimentos bilionários em exploração, produção e transporte de gás. A Argentina, que hoje importa 7,7 milhões de metro cúbicos por dia.

Cálculos de empresas privadas apontam valores de até US$ 4,5 bilhões. A gigante BG calculou em US$ 1,5 bilhão o investimento necessário para cada volume adicional de 10 milhões de metros cúbicos na produ-ção de gás na Bolívia. Isso significa US$ 3 bilhões para cumprir o acordo firmado ontem pelos presidentes Evo Morales e Néstor Kirchner.

Isso não é tudo. Para transportar o gás seria preciso construir um novo gasoduto. Marco Aurélio Tavares, da consultoria Gás Energy, estima em US$ 1,5 bilhão o investimento para retomar o projeto do Gasoduto do Noroeste Argentino (Gnea) que levaria gás da região de Tarija até a Argentina. Mas a atual instabilidade institucional na Bolívia deve inibir esse investimento.

Recentemente, a estatal boliviana YPFB informou que precisaria de US$ 800 milhões para atender novos contratos e honrar as vendas de gás já contratadas para o Brasil e a Argentina, mas os valores estariam subestimados.