Título: Briga pela 1ª posição nos rankings de fusões se torna mais acirrada
Autor: Lucchesi, Cristiane Perini
Fonte: Valor Econômico, 05/10/2006, Finanças, p. C2

A briga pela primeira colocação nos rankings de fusões e aquisições no Brasil entre os bancos de investimento tem se tornado mais acirrada. Uma verdadeira guerra de marketing está em andamento. Não é para menos. Com o crescimento da demanda das empresas por fusões e aquisições, as comissões pagas às instituições que prestam serviços de assessoria têm aumentado. Os bancos, que antes reclamavam que as empresas no Brasil não reconheciam o trabalho deles em uma fusão ou aquisição, estão vendo agora os níveis das comissões recebidas se aproximarem mais dos internacionais.

Na média, no entanto, as comissões ainda estão em torno de 0,6% do total da operação, o que representaria aproximadamente US$ 300 milhões neste ano, na comparação com o 1% de comissões, na média, no mercado americano.

Como o mercado cresceu, a Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), que só realizava rankings anuais, inaugurou neste ano o ranking semestral, segundo Luiz França, responsável pela comissão de fusões e aquisições da entidade. O Goldman Sachs, que antes reinava absoluto em primeiro lugar em todos os rankings de fusão e aquisição para Brasil e América Latina considerando-se todos os critérios, teve de dividir agora os louros com outros bancos concorrentes.

Neste primeiro semestre, foi o Citigroup o primeiro colocado nos rankings por volume e por número de operações anunciadas da Anbid. Para se ter uma idéia do crescimento, o Citi nem constava dos rankings de fusão e aquisição da Anbid por volume no ano passado. Já o Credit Suisse foi o primeiro colocado no ranking por volume de operações fechadas da Anbid, enquanto o Bradesco ficou em primeiro lugar em número de operações fechadas. Entre os bancos nacionais, também teve destaque o Itaú BBA, que ficou em segundo lugar em volume de operações anunciadas da Anbid.

O Goldman Sachs, que, desde meados de 2005 perdeu importantes quadros no mercado de fusões e aquisições - como Ricardo Lacerda e equipe, hoje no Citigroup, e Corrado Varolli -, gosta de mostrar o ranking da Thomson Financial. A razão: nos primeiros três trimestres do ano, pela Thomson, o Goldman continua em primeiro lugar. "Não perdemos posição de mercado", garante Eduardo Centola, responsável pelo banco de investimento do Goldman Sachs para toda a América Latina. Ele argumenta que, como assessora a Inco na aquisição pela Vale, o Goldman deve ficar em primeiro lugar mesmo no ranking da Anbid de todo este ano. Entre as diferenças de critérios, o ranking da Thomson inclui reestruturações societárias e ofertas públicas de aquisição e o da Anbid, não.