Título: Para Chiaradia, Brasil deve manter bloco como prioridade
Autor: Rocha, Janes
Fonte: Valor Econômico, 06/10/2006, Brasil, p. A2

O governo argentino espera que o Mercosul não seja partidarizado como resultado das eleições presidenciais no Brasil, mas que permaneça como uma prioridade e uma política de Estado, independente de quem vença no dia 28 de outubro, se Lula ou Alckmin. A posição, expressada pelo Secretário de Negociações Econômicas Internacionais da chancelaria argentina, Alfredo Chiaradia, é a primeira de um alto funcionário do governo do país vizinho desde o resultado das urnas em 1º de outubro.

Cauteloso, Chiaradia afirmou que "somos vizinhos, amigos do Brasil e o única coisa que podemos fazer é ter o maior respeito pelo governo que seja eleito pelos brasileiros, e que haja, como até agora tem ocorrido, um processo em que claramente as eleições sejam limpas e a vontade do povo do Brasil se expresse com total liberdade".

Chiaradia disse que, embora não tivesse elementos para julgar de que forma vai se posicionar o próximo presidente do Brasil, esperava que o Mercosul se mantenha como prioridade. "A única coisa que posso dizer é que espero que o Mercosul, com qualquer governo, continue sendo prioritário para o governo do Brasil como é para todos os outros, porque o Mercosul é algo que, a nosso entender, deve ir além das posições partidárias, e deveria ser parte de uma política de Estado."

Entre empresários e analistas argentinos há um temor de que o próximo presidente faça uma desvalorização do real e já manifestaram, pela imprensa local, a preocupação de que, se ganhar Alckmin, o Mercosul seja colocado em segundo plano em relação às negociações com Europa e EUA. (JR)