Título: Projetos no setor de energia garantem à Siemens aumento de receita em 2006
Autor: Capela, Maurício
Fonte: Valor Econômico, 06/10/2006, Brasil, p. A6

O setor de energia no Brasil, com projetos em andamento no segmento de linhas de transmissão e na distribuição, deverá ser o motor do pequeno crescimento do faturamento da alemã Siemens no país neste ano. "As operadoras de telefonia fixa e móvel reduziram muito seus investimentos", explica Adilson Primo, presidente da subsidiária local.

Com uma receita líquida de R$ 6,6 bilhões em 2005, a empresa espera pelo menos acompanhar o incremento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2006. Estimativas apontam que a economia do país poderá crescer entre 3% e 3,5%. Sendo assim, o faturamento do grupo alemão alcançaria pelo menos R$ 6,8 bilhões.

O drama maior do executivo não diz respeito à receita, mas sim às exportações. Depois de observar ano após ano, o aumento das vendas para o exterior, a Siemens deverá assistir a uma queda de 10% em 2006. No ano passado, a empresa exportou R$ 1,1 bilhão, o que significou um acréscimo de 70% sobre o desempenho de 2004.

Primo explica que a valorização do real, que já acumula algo como 30% de alta em dois anos, reduziu a competitividade da filial frente a outras subsidiárias, como as instaladas na China e Rússia. "Perto de 90% das nossas exportações são compostas pelos setores de telecomunicações e energia", conta.

Mesmo assim, a empresa, que já tem cem anos de Brasil, continua investindo por aqui e traçando planos de longo prazo. Um deles, por exemplo, diz respeito a sua aplicação de recursos no setor de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

Com sete centros de P&D instalados no Brasil, a empresa deve aplicar R$ 140 milhões por ano entre 2006 e 2007 nesta área. A idéia, viabilizada também por meio de parcerias com universidades e institutos de pesquisa, é criar soluções para outras unidades do grupo alemão a partir da filial local.

"Acredito que temos chance de ampliar nossa participação no mundo Siemens, porque temos condições de competir com China e Índia. Afinal, temos capacidade intelectual, boas universidades", conta Primo.

Além dos investimentos em P&D, a companhia também tem gasto na ampliação e modernização do seu parque fabril, que no país conta com 15 fábricas. Desde 2004, a Siemens tem investido R$ 220 milhões por ano nessas melhorias. O grupo emprega 12 mil pessoas no Brasil. (MC)