Título: Renault lança cinco modelos até 2009
Autor: Gómez, Natalia e Nakamura,
Fonte: Valor Econômico, 06/10/2006, Empresas, p. B6

Depois de oito anos de marasmo, a Renault do Brasil se prepara para começar a operar em dois turnos em 2007. Com o aumento no ritmo de produção, a empresa pretende dobrar o volume de vendas e chegar ao lucro em 2009.

Com uma elevada capacidade ociosa, a montadora opera hoje ainda em apenas um turno de trabalho. Para acelerar o ritmo da linha de montagem, estão confirmados cinco novos veículos, conforme havia sido antecipado pela direção mundial do grupo. A montadora lançará um deles - um derivado do Mégane, chamado Mégane Grandtour, antes do final deste ano -, dois no próximo ano, um em 2008 e outro em 2009. A fábrica da empresa, que trabalha com 30% da capacidade, vai chegar a 90% de utilização com os novos modelos. Segundo o executivo, esta produção inclui dois veículos da Nissan que serão fabricados pela Renault. Apesar de fazerem parte do mesmo grupo, Stoll não quis dar mais detalhes sobre a fabricação dos veículos Nissan.

O carro mais aguardado é o Logan. A primeira versão será um sedã e chegará ao mercado no primeiro semestre de 2007. A partir deste modelo surgirá uma família, com várias versões. Outra novidade é o Logan Hatch, que será lançado mundialmente no Brasil.

Em 2005, a Renault produziu 47,5 mil veículos no país. A meta de dobrar o volume em três anos tem boa base de sustentação no Logan. Para aumentar a capacidade de produção na área de estamparia, a montadora adquiriu prensas que estão em fase de testes.

À frente do plano de reestruturação da montadora no Brasil está Jérôme Stoll, novo presidente da montadora no país e no Mercosul, que tomou posse no momento em que toda a companhia passa por uma reestruturação mundial, orquestrada por Carlos Ghosn, presidente da Renault e da Nissan.

Segundo Stoll, serão investidos US$ 360 milhões para reerguer a operação no Brasil. Ghosn tinha prometido US$ 120 milhões. "As metas são ambiciosas, mas factíveis", diz Stoll. O executivo que assumiu a presidência no Brasil e Mercosul criou para a região versões do plano que Ghosn chama de "compromisso 2009". O plano foi desmembrado entre "compromisso Brasil" e "compromisso Argentina".

A base de sustentação do programa que tentará reverter o ritmo moroso da companhia no Brasil tem três pilares: qualidade, lucratividade e crescimento. Para isso, Stoll começou um programa de esclarecimento e de reuniões que envolve cada um dos 3 mil funcionários da empresa. Desde o dia 23 de agosto, todos os níveis da fábrica instalada em São José dos Pinhais (PR) começaram a ser envolvidos na operação. Palestras e reuniões já foram feitas para explicar a estratégia de crescimento da empresa no país a cada empregado. Uma vasta campanha interna ainda está em curso. Este ano foram contratadas 350 pessoas até setembro e mais 650 novos funcionários estão previstos até o final de 2007.

O Brasil está inserido no plano mundial lançado por Carlos Ghosn. O objetivo é lançar 26 novos veículos em todo o mundo, ampliar a produção em 36% - 800 mil veículos mais por ano - e obter margem operacional de 6%, a maior da história da companhia. A margem operacional da empresa em 2005 ficou em 3,2% e deverá cair para algo em torno de 2,5% neste ano. (Colaborou NG)