Título: Vendas internas garantem nível de atividade do setor
Autor: Gómez, Natalia e Nakamura,
Fonte: Valor Econômico, 06/10/2006, Empresas, p. B6

As seguidas reduções nas taxas de juros, que deixaram o financiamento para compra de automóveis mais barato, devem ajudar o setor automotivo a equilibrar as perdas com a redução do volume de exportação, causada pelo câmbio valorizado. Para Rogelio Golfarb, presidente da Anfavea (associação das montadoras), esse cenário está criando um ambiente de crescimento na indústria de automóveis.

"As taxas de juros para financiamento de veículos caíram de 2% ao mês para 1,77% desde janeiro de 2005", afirma. O número de meses de financiamento também subiram, de acordo com Golfarb. Hoje os financiamentos duram 17 meses em média, mais do que os 15 meses no começo de 2005. Em comparação com o início de 2006, o número de pessoas com prazos de financiamentos superiores a 36 meses passou de 33% para 40%. "Com um maior número de parcelas o carro novo começa a caber no bolso do consumidor", afirma.

Segundo dados da Anfavea, foram feitos 159,4 mil licenciamentos em setembro, uma queda de 10,7% em relação ao mês anterior. No entanto, excluindo a diferença do número de dias, os licenciamentos cresceram 2,7%. Em relação ao mesmo mês do ano passado o ganho foi de 11,1%, com o ajuste da diferença de dias. Até setembro, foram licenciados 1,4 milhão de unidades.

A produção do setor teve uma queda de 16,6% em setembro, chegando a 203 mil unidades. Excluindo a diferença no número de dias, a queda foi de 4,1%.

As exportações, que representam 33% da produção das empresas brasileiras do setor, caíram em 0,4% em setembro. O total exportado foi de US$ 1,06 bilhão no mês passado em comparação com US$ 1,07 bilhão em agosto. Em relação ao mesmo mês do ano passado, houve um avanço de 2,6%. O valor acumulado no ano também cresceu porque as montadoras fizeram reajustes nos preços para compensar as perdas cambiais. Até o mês passado, o ganho com exportação cresceu 5,3%, acumulando US$ 8,8 bilhões, um recorde histórico.

No entanto, o volume de exportações caiu como reflexo dos aumentos de preço. "É uma resposta natural do mercado", afirma Golfarb. As vendas externas de janeiro a setembro caíram 6,6% em relação ao mesmo período do ano passado. (NG)