Título: Terceirização das operações proporcionou expansão
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 09/10/2006, Empresas, p. B3

A demanda por serviços e produtos de tecnologias da informação acabou por criar um ecossistema de fornecedores ao redor da Petrobras. O crescente movimento de terceirização de operações faz com que, a toda hora profissionais do setor - do país ou do exterior - batam à porta da estatal atrás de oportunidades. Nesse cenário, muitos prestadores de serviços acabam instalando escritórios no Rio voltados para a Petrobras.

Tal é a procura que a empresa teve que impor regras. "Estabelecemos o limite de receber no máximo cinco potenciais fornecedores por semana, caso contrário não fazemos outra coisa", diz o gerente executivo de TI da Petrobras, Washington Luiz Faria Salles.

A terceirização foi a única forma encontrada pela empresa para atender a crescente demanda por serviços, explica Salles. O processo começou em 2003, quando a estatal iniciou a integração das áreas de TI. Antes, muitas delas atuavam de forma autônoma, independente da estrutura central. Hoje, do processamento sísmico e das atividades das plataformas, passando pelo refino, distribuição de combustíveis ou simplesmente pela rotina dos escritórios, tudo caminha para a integração.

A mesma tendência vale para a área de desenvolvimento de sistemas. Até 2002, a Petrobras desenvolvia a maior parte do que utilizava, uma vez que sempre precisou de softwares para uso muito específico. A atividade ainda se mantém. No entanto, boa parte das tarefas também foi para as mãos de terceiros, o que acabou dando origem a um projeto, hoje batizado de "Fábricas de Software". Entre este ano e 2007, os contratos apenas com esses prestadores de serviços somarão cerca de R$ 48 milhões.

Outra frente de negócios de peso para terceiros é a integração das unidades da estatal, que hoje está presente em 16 países, seja com pólos de produção ou simples escritórios de representação e prospecção de mercado.

Como a maior parte das atividades da empresa no exterior se concentra em Buenos Aires, as contratações que estão ocorrendo na capital estão mexendo com o mercado de TI argentino, uma vez que lá serão contratados quase 80% dos investimentos previstos para essa integração, um projeto de US$ 50 milhões.

"Sempre analisamos o que pode ser regido por meio de um contrato de nível de serviço", comenta Salles, indicando duas novas áreas que a empresa também pretende terceirizar: seus serviços de impressão e de gerenciamento de e-mail. (HM e AB)