Título: Bloco quer acelerar adoção de moedas locais
Autor: Leo, Sergio
Fonte: Valor Econômico, 09/01/2007, Brasil, p. A5

Pelo menos uma boa notícia surge no Mercosul: os bancos centrais da Argentina e do Brasil querem acelerar a adoção do novo sistema de pagamentos em moedas locais no comércio entre os dois países. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, informou que os detalhes finais do mecanismo deverão ser definidos numa reunião bilateral com seu colega argentino, Martin Redrado, que está marcada para o dia 2 de fevereiro, em São Paulo.

A idéia é que o novo sistema comece a vigorar em julho. Para Meirelles, o sistema atual do comércio exterior entre Brasil e Argentina é "complexo e custoso", devido à conversão dos reais e pesos por uma moeda de terceiro país, no caso o dólar dos Estados Unidos. Como exemplo, para que empresas brasileiras comprem US$ 10 bilhões dos argentinos, é necessário que elas tenham acesso ao dólar.

A partir de julho, os exportadores dos dois países poderão fazer vender diretamente em suas próprias moedas, às quais tem mais acesso. Os analistas consideram que as trocas bilaterais podem ser multiplicadas rapidamente.

Além dos procedimentos técnicos, a reunião de São Paulo deve indicar concretamente qual o tamanho do ganho do novo mecanismo para os exportadores, principalmente para as pequenas e médias empresas.

Uma vez que o novo sistema funcione bem entre o Brasil e a Argentina, a idéia é estendê-lo posteriormente ao Paraguai e Uruguai. O presidente do Banco Central argentino, Martin Redrado, se diz um "entusiasmado" pelo Mercosul.

O protocolo de entendimento foi assinado em dezembro entre os ministros de economia e finanças e presidentes de Bancos Centrais dos países integrantes do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e, mais recentemente, a Venezuela).